Europa aumenta controles por medo de recidiva da COVID-19, que supera 700.000 mortes no mundo
Paris, 5 Ago 2020 (AFP) - A Europa endureceu nesta quarta-feira (5) as restrições para frear o novo coronavírus, em meio a uma preocupação crescente de uma segunda onda de casos resultante da temporada de férias.
Desde seu surgimento na China, em dezembro passado, a pandemia deixou 701.559 mortos no mundo, com mais de 18,5 milhões de casos de contágio, segundo balanço divulgado pela AFP baseado em dados oficiais, às 15h de Brasília.
Na França, o órgão científico que assessora o governo considerou "altamente provável que uma segunda onda epidêmica seja observada no outono, ou no inverno" (primavera e verão no Brasil).
"O vírus circula de forma mais ativa, com uma perda acentuada das medidas de distanciamento e de segurança", alertou o Conselho Científico na terça-feira.
Para tentar conter o avanço do vírus, a máscara será obrigatória a partir desta quarta-feira nas áreas externas nas partes mais frequentadas de cidades da França, como Toulouse (sudoeste). A medida em breve se estenderá a Paris e a outras cidades, anunciaram as autoridades.
Na Holanda, também a partir desta quarta, a máscara será obrigatória no famoso Bairro Vermelho de Amsterdã e nos bairros comerciais de Roterdã.
Grécia, Escócia e Suíça anunciaram o endurecimento ou retorno das medidas restritivas após a aparição de novos focos da doença.
Já o governo irlandês decidiu prorrogar a última fase de seu desconfinamento, e ordenou o uso de máscaras nas lojas e nos shopping centers a partir de 10 de agosto.
- Mais investimentos em vacinas -Os Estados Unidos - o país mais afetado pela pandemia no mundo, com mais de 4,7 milhões de casos e 156.830 mortes - anunciaram um novo investimento para o desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19.
O governo destinará US$ 1 bilhão ao projeto da multinacional farmacêutica Johnson & Johnson, em troca de ter garantidas ao menos 100 milhões de doses se o projeto tiver sucesso.
O Canadá, por sua vez, informou que chegou a dois acordos com as farmacêuticas americanas Pfizer e Moderna para a obtenção das vacinas em 2021.
- Cacique brasileiro, vítima da COVID-19 -Na América Latina e no Caribe, onde os casos superam os cinco milhões e os óbitos passam de 206.000, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alertou na terça-feira que a situação da COVID-19 no Brasil "permanece crítica".
O gigante sul-americano é de longe o mais afetado na região, com mais de 97.000 mortos e 2,859 milhões de casos nesta quarta.
Vítima da COVID-19, faleceu nesta quarta-feira o cacique Aritana Yawalapiti, uma das lideranças indígenas mais importantes no país na luta pela preservação da Amazônia.
Mais de 630 indígenas morreram com a doença, e 22.000 estão contaminados no país, segundo estimativas recentes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que acusa o governo de Jair Bolsonaro por sua omissão frente à pandemia.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro minimiza os efeitos da doença e já a classificou como uma "gripezinha", apesar dos mais de 2,8 milhões de casos existentes no país.
- Desemprego -Economicamente, as consequências da pandemia são igualmente devastadoras em todos os países.
A companhia aérea Virgin Australia, como muitas outras afetadas pelo colapso do setor de viagens, anunciou nesta quarta-feira que fechará uma de suas subsidiárias e cortará 3.000 postos de trabalho.
A plataforma de reservas de hospedagens on-line Booking.com informou ontem que reduzirá em até 25% seu quadro total de funcionários, atualmente em cerca de 17.500.
O gigante americano do entretenimento Disney, cujas atividades em parques de diversões, cruzeiros, eventos afundaram 85% no segundo trimestre, decidiu apostar no streaming de conteúdo, como seu sucesso bastante esperado "Mulan".
Nos Estados Unidos, republicanos e democratas continuam as negociações para chegar a um acordo sobre uma nova ajuda para os milhões de americanos que perderam seus empregos com a crise da COVID-19, assim como para empresas e coletividades locais.
Segundo números divulgados nesta quarta-feira pelo instituto de pesquisa ADP, os Estados Unidos criaram 167.000 empregos no setor privado durante o mês de julho, um número muito inferior ao 1,6 milhão aguardado pelos analistas.
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