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Saque antecipado de fundos de pensão "reativa" economia chilena, diz governo

12/08/2020 18h37

Santiago, 12 Ago 2020 (AFP) - A retirada antecipada dos fundos de pensão do Chile, aprovada como medida excepcional para enfrentar a crise econômica derivada da pandemia, "começa a reativar a economia", reconheceu nesta quarta-feira o ministro das Finanças, Lucas Palacios.

O governo se opôs a essa medida devido ao seu efeito futuro sobre o valor das aposentadorias, que já são baixas no Chile.

Aprovado em tempo recorde pelo Congresso, o regulamento beneficia 11 milhões de membros das Administradoras de Fundos de Pensão (AFPs), que podem sacar até no máximo 10% de seus fundos de pensão por vez.

Nesta semana, as AFPs começaram a serem pagas, por meio de depósitos nas contas bancárias das filiadas.

Esta retirada "está começando a reativar a economia e também as expectativas, e isso é algo muito positivo, porque a economia está incluída em uma parte muito significativa no que diz respeito às expectativas futuras", disse Palacios.

De acordo com a Associação dos Administradores de Fundos de Pensão, dos quase 11 milhões de afiliados, 8,5 milhões solicitaram saque antecipado. Até esta quarta-feira foram pagos mais de 6 bilhões de dólares a quase 4,5 milhões pessoas, com uma retirada média de US$ 1.900.

A mídia local mostrou filas de clientes comprando televisores, brinquedos e colchões, entre outros itens, em supermercados.

As pesquisas afirmam que a maioria dos chilenos usaria esse dinheiro para pagar dívidas e comprar alimentos após cinco meses de quarentena.

"Vimos que o consumo doméstico das famílias caiu muito e essa injeção de 10% em uma parte significativa vai reativar isso e vai mitigar a queda do crescimento este ano", explicou o ministro Palacios à Rádio Universo.

O Banco Central estimou para 2020 uma queda no PIB de até 7% por conta da pandemia, mas com a retirada dos fundos de pensão - que poderiam injetar até US $ 20 bilhões no mercado chileno - a queda poderia ser reduzida em três a três. cinco pontos percentuais, segundo economistas.

Cada membro pode sacar até um máximo de 4,3 milhões de pesos (cerca de US$ 5.400) e um mínimo de um milhão de pesos (US$ 1.250) dos fundos de pensão.

Aqueles que acumularam menos do que esse mínimo poderão sacar todas as suas economias.

msa/pa/mr/cc