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Brasil investiga "suposta" presença de COVID-19 em frango exportado para a China

13/08/2020 14h56

Brasília, 13 Ago 2020 (AFP) - O governo brasileiro informou nesta quinta-feira (13) que busca esclarecer uma "suposta contaminação" pelo novo coronavírus nas exportações de carne de frango para a China, e enfatizou que a transmissão do vírus por alimentos congelados precisa de comprovação científica.

Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indicou que "não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência", mas acionou todos os mecanismos pertinentes na China para buscar "informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação".

O comunicado ressalta que, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), "não há comprovação científica de transmissão do vírus da COVID-19 a partir de alimentos ou embalagens de alimentos congelados".

O informe ainda destaca que a "segurança" dos produtos dos seus refrigeradores, fabricados de acordo com as normas do Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.), "obedecem protocolos rígidos para garantir a saúde pública".

Segundo o prefeito da cidade chinesa de Shenzhen, perto de Hong Kong, autoridades sanitárias detectaram o vírus em amostras colhidas nesta terça-feira em asas de frango congeladas vindas do Brasil, o maior produtor mundial de carne de frango.

As pessoas que entraram em contato com os produtos contaminados, assim como seus familiares, foram "imediatamente" submetidas testes para a COVID-19, mas os resultados deram negativos, segundo o comunicado chinês.

A suposta contaminação pode afetar as exportações brasileiras para a China, seu principal parceiro comercial.

Em fevereiro do ano passado, Pequim impôs por cinco anos direitos antidumping sobre o frango brasileiro, variando de 17,8% a 32,4%.

Até 2017, o Brasil era o primeiro fornecedor de frango congelado para a China, movimentando quase US$ 1 bilhão anualmente, e cujo volume representava cerca de 85% das importações do gigante asiático.

Nos últimos anos, o Brasil perdeu parte do mercado para a Tailândia, Argentina e Chile, segundo a consultoria especializada Zhiyan.

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