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Justiça do Equador ordena prisão domiciliar para ex-presidente Bucaram

O ex-presidente do Equador Abdala Bucaram em discurso registrado em 2017 - Marcos Pin Mendez/AFP
O ex-presidente do Equador Abdala Bucaram em discurso registrado em 2017 Imagem: Marcos Pin Mendez/AFP

13/08/2020 16h14

Quito, 13 Ago 2020 (AFP) - A Justiça do Equador ordenou hoje a prisão domiciliar do ex-presidente, Abdalá Bucaram, por suposto envolvimento em um escândalo de corrupção que teria resultado no assassinato de um israelense na prisão, segundo o Ministério Público.

Uma juíza de Quito concedeu "prisão domiciliar (por ter mais de 65 anos) com vigilância policial 24 horas por dia" para o ex-presidente em uma audiência realizada durante a madrugada, informou o MP em comunicado.

Com 68 anos de idade e deposto pelo Parlamento em 1997, seis meses após assumir a presidência, Bucaram está sendo investigado junto a três funcionários da Agência Metropolitana de Trânsito (AMT) de Quito por um caso de corrupção ocorrido durante a pandemia.

Bucaram, que alega inocência e se declara perseguido pelo governo, tinha sido preso na véspera depois que o escândalo tomou um rumo dramático com o assassinato, no sábado, de um israelense em uma penitenciária de Guayaquil (sudoeste).

Outro homem da mesma nacionalidade também ficou ferido no ataque. Ambos tinham sido presos em junho posse de US$ 100 mil, supostamente por fazer parte de uma negociação ilegal com Jacobo Bucaram, filho do ex-presidente que no momento encontra-se foragido.

Os estrangeiros, que segundo as autoridades também carregavam credenciais falsas da agência antidrogas americana DEA, disseram às autoridades que venderam os testes de Bucaram para detectar o novo coronavírus. Os testes fariam parte de uma venda de suprimentos médicos com prêmio para hospitais públicos.

Segundo autoridades, os estrangeiros portavam documentação falsa como sendo da agência Drug Enforcement Administration (DEA), de combate ao narcotráfico nos Estados Unidos, que teria sido entregues a eles por funcionários do AMT que eram também guarda-costas do ex-vice-presidente, Otto Sonnenholzner, que renunciou há um mês sem maiores explicações, embora continue próximo ao governo Lenín Moreno.

A Justiça equatoriana indicou que o ex-presidente Bucaram e os demais implicados deverão responder por "enriquecimento privado injustificado, fraude, uso fraudulento de documentos públicos, sonegação fiscal e possivelmente por crimes contra a vida".