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Apesar de Trump, os estudantes chineses ainda sonham com os EUA

15/08/2020 12h59

Pequim, 15 Ago 2020 (AFP) - Mesmo com a hostilidade de Donald Trump e a discriminação pela COVID-19, muitos chineses aceitos pelas universidades nos Estados Unidos vivem as cruéis dificuldades para realizar o sonho norte-americano, mas isso não provoca a desistência.

Frequentemente eles investiram muito dinheiro e muitos anos de preparação para serem admitidos nas melhores universidades americanas, convencidos de que oferecem uma qualidade de ensino muito superior à da China.

Mas estes estudantes são vítimas colaterais das tensões que se acumulam entre Pequim e Washington, pela situação em Hong Kong ou a rivalidade comercial e tecnológica.

"As medidas são cada vez mais estreitas", lamenta Li Boxiong, de 18 anos, futuro estudante de Economia. Aceito pela Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, está bloqueado na China pois o serviço de vistos norte-americanos está fechado.

Cerca de 400.000 chineses estudam nos Estados Unidos.

Mais de um terço dos 1,09 milhão de estudantes estrangeiros matriculados em 2019 foram responsáveis por injetar 44 bilhões de dólares na economia norte-americana, segundo o Instituto de Educação Internacional (IEE), com sede em Nova York.

Os Estados Unidos anunciaram no final de maio a intenção de proibir estudantes vinculados ao exército chinês para garantir a segurança da pesquisa universitária.

- "Novo obstáculo" -Outro obstáculo é a COVID-19, que preocupa dezenas de estudantes procurados pela AFP.

A China, país onde foi detectado o coronavírus pela primeira vez no final de 2019, em geral está controlado, "mas a epidemia está mal administrada nos Estados Unidos", disse Li Boxiong.

"Se continuar sendo tão grave, no próximo ano irei pleitear ir ao Reino Unido ou Canadá", completou.

A COVID-19 faz com que muitas universidades continuem fechadas e a maioria siga apenas com cursos online.

- Liberdade de expressão -"Todas estas restrições são uma perda para os Estados Unidos e os estudantes estrangeiros", lamenta Li Boxiong, obrigado a seguir fazendo cursos online.

Como ele, a maioria dos estudantes não tem a intenção de renunciar a seus sonhos.

"Estados Unidos estão longe de ser perfeitos, mas os conflitos e as manifestações mostram que a liberdade de expressão nunca será um obstáculo", disse Lin Xiaobin, matriculada em Matemática na Universidade da Califórnia, em Los Ángeles.

Segundo uma pesquisa da New Oriental, a maior empresa de ensino privado da China, o Reino Unido superou pela primeira vez os Estados Unidos como principal destino para os estudantes chineses.

Ainda assim, muitos afirmam para que desejam esperar a definição das eleições presidenciais nos Estados Unidos em 3 de novembro.

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