Estados Unidos acusam França e Reino Unido de abdicar de dever sobre o Irã
Os Estados Unidos acusaram hoje a China e seus aliados Reino Unido e França de "abdicar de seu dever", enquanto se mantinham firmes na pressão solitária para sustentar o embargo de armas e restaurar sanções mais fortes da ONU contra o Irã.
"Não precisamos da permissão de ninguém para iniciar o snapback", disse aos repórteres Brian Hook, o representante especial para o Irã do Departamento de Estado, referindo-se ao mecanismo ativado ontem por Washington para restaurar as sanções contra Teerã. "O Irã está violando seus compromissos nucleares voluntários. Estão dadas as condições para iniciar o processo de snapback."
Hook afirmou que os outros membros do Conselho de Segurança falharam na semana passada ao não estenderem o embargo de armas contra o Irã, que está prestes a expirar. "China, Rússia, França e Reino Unido decidiram ignorar as opiniões do Conselho de Cooperação do Golfo", que havia pedido as sanções, disse ele.
"Estes são os países mais próximos do perigo, e o conselho tinha a responsabilidade de respeitar suas opiniões para estender o embargo de armas", acrescentou Hook, classificando como "decepcionante a abdicação de seu dever".
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, começou ontem a reimposição de amplas sanções econômicas e políticas contra o Irã, que datam de 2006. Essas sanções foram suspensas sob o acordo alcançado com Teerã em 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global, que visa barrar a capacidade de Teerã de desenvolver armas nucleares.
Os Estados Unidos abandonaram o acordo em 2018, mas, em uma decisão polêmica, afirmam ter o direito de forçar a reimposição das sanções por meio do mecanismo de "snapback".
França, Reino Unido e Alemanha rejeitaram na quinta-feira a utilização deste recurso, pois o consideram "incompatível" com o apoio que atualmente dão ao acordo com o Irã. Eles disseram que as ações norte-americanas podem ter "sérias consequências nocivas" para o trabalho do Conselho de Segurança.
No entanto, Hook declarou que o mecanismo está ativado e comentários de outras nações não poderiam bloqueá-lo. "O Conselho de Segurança, ao final de 30 dias, terá todas as sanções da ONU restauradas".
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