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EUA bloqueará produtos chineses de "trabalho forçado" de uigures

14/09/2020 16h44

Washington, 14 Set 2020 (AFP) - Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira(14) que bloqueariam uma série de produtos chineses produzidos por "trabalho forçado" na região de Xinjiang, incluindo aqueles fabricados em um centro que chamou de "campo de concentração" da minoria uigur.

"O governo chinês abusa sistematicamente do povo uigur" e de outras minorias, disse Mark Morgan, comissário interino da Agência Alfandegária e de Proteção de Fronteiras, acrescentando que "o trabalho forçado é um abuso hediondo dos direitos humanos".

Os produtos afetados incluem algodão, roupas, insumos para cabelos e eletrônicos de cinco fabricantes específicos em Xinjiang e na vizinha Anhui.

Também inclui todos os produtos vinculados ao 4º Centro de Educação e Treinamento de Habilidades Profissionais no condado de Lop, em Xinjiang, que, de acordo com o subsecretário de Segurança Interna em exercício Ken Cuccinelli, é um campo de concentração.

"Este não é um centro vocacional, é um campo de concentração, um lugar onde as minorias étnicas e religiosas são abusadas e forçadas a trabalhar em condições deploráveis, sem recursos ou liberdade", disse Cuccinelli a jornalistas.

"Esta é a escravidão moderna", acrescentou. As medidas anunciadas consistem em "retenção de autorizações" para liberação de produtos, o que permite o confisco de ativos de empresas e organizações que os Estados Unidos incluem em suas listas negras.

Washington recorre cada vez mais a ordens de restrições para retaliar Pequim por aprisionar mais de um milhão de membros da minoria uigur muçulmana em Xinjiang.

Em julho, a alfândega dos EUA reteve produtos para perucas e extensões de cabelo de várias empresas que operam em Xinjiang e, em agosto, fez o mesmo com roupas fabricadas e vendidas pelo Hero Vast Group.

"O governo chinês deve fechar seus campos de concentração", disse Cuccinelli.

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