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Mais de 800 agentes foram acusados por violações de direitos humanos na Venezuela, afirma procurador

Relatório de comissão da ONU acusa o presidente Nicolás Maduro e funcionários do alto escalão de envolvimento em violência sistemática - Reuters
Relatório de comissão da ONU acusa o presidente Nicolás Maduro e funcionários do alto escalão de envolvimento em violência sistemática Imagem: Reuters

Caracas

19/09/2020 17h43

Mais de 800 agentes venezuelanos foram acusados nos últimos três anos por violações dos direitos humanos, disse o procurador Tarek William Saab neste sábado, questionando um relatório das Nações Unidas que vincula o governo de Nicolás Maduro a "crimes contra a humanidade".

"Neste período, foram acusados 804 funcionários e 123 civis, perfazendo um total de 927 acusados de violações dos direitos humanos", afirmou o procurador durante uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler Jorge Arreaza, em Caracas.

As "acusações feitas" referem-se a crimes de "homicídio, tortura, tratamento cruel, desumano e degradante, privação ilegal da liberdade e violações do lar", explicou Saab, classificando o relatório divulgado em 16 de setembro pela ONU "como um relatório completamente tendencioso".

Entre os réus estão membros da Polícia Estadual lotados nas províncias, do Corpo de Investigação Científica, Criminal e Criminal (Cicpc), da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) militarizada e da Polícia Nacional Bolivariana, que abriga as Forças de Ação Especiais (FAES).

Desde sua criação em 2017, as FAES têm sido apontadas por violações que incluem operações ilegais em subúrbios pobres, golpes de misericórdia, confrontos simulados, ocultação de autópsias e obstáculos ao acesso a arquivos.

Em setembro deste ano, o Ministério Público "solicitou aos tribunais competentes que indiciem 70 funcionários (...) da FAES em diferentes estados do país, infelizmente envolvidos em supostas violações de direitos humanos", acrescentou o procurador.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, apresentou em setembro de 2019 um severo relatório no qual disse documentar possíveis execuções extrajudiciais das FAES. Bachelet exigiu a dissolução dessa instituição.

Maduro acusou a comissária de repetir "mentiras" sobre a Venezuela.