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Após mais de 40 dias de greve de fome, advogada iraniana Nasrin Sotoudeh é internada

A advogada iraniana Nasrin Sotoudeh - Arash Ashourina/AFP - 1º.nov.2008
A advogada iraniana Nasrin Sotoudeh Imagem: Arash Ashourina/AFP - 1º.nov.2008

Em Teerã

20/09/2020 08h32

A advogada iraniana defensora dos direitos humanos Nasrin Sotoudeh, que está presa em seu país, foi internada e se encontra "muito debilitada", depois de mais de 40 dias de greve de fome - relatou seu marido no sábado (20).

Nasrin foi transferida para uma unidade de cardiologia, logo após ser levada para a emergência do Hospital Taleghani, em Teerã, disse Reza Khandan à AFP por telefone.

"Foi autorizado que nos víssemos por alguns instantes", acrescentou. "Ela estava muito debilitada, perdeu muito peso e tinha olhos fundos", contou.

A advogada iraniana foi condenada em 2019 a 12 anos de prisão, depois de defender uma mulher detida por ter protestado contra a imposição do véu às iranianas. Ela está detida no presídio de Ervin, em Teerã.

A greve tem como objetivo pedir a libertação de presos políticos e chamar a atenção para sua situação durante a pandemia da covid-19, afirmou Sotoudeh em um comunicado em 11 de agosto, postado por seu marido nas redes sociais.

O novo coronavírus deixou 24.000 mortos no Irã e infectou cerca de 420.000 pessoas, segundo dados oficiais.

O marido de Sotoudeh manifestou à AFP sua preocupação com sua esposa, já que o hospital "não é um lugar seguro no que diz respeito ao coronavírus" e não tem o "isolamento adequado", em meio a muitos pacientes infectados.

Segundo ele, o último teste de Nasrin para a covid-19 deu negativo.

Nasrin Sotoudeh, de 57 anos, é ganhadora do Prêmio Sakharov 2012, distinção concedida pelo Parlamento Europeu.