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EUA sanciona cinco políticos da Venezuela por 'arruinar a democracia'

22/09/2020 18h10

Washington, 22 Set 2020 (AFP) - Os Estados Unidos sancionaram, nesta terça-feira (22), cinco políticos da Venezuela, acusando-os de "cumplicidade" com o governo de Nicolás Maduro para "arruinar a democracia" no país sul-americano, em uma nova medida de pressão contra Caracas.

Miguel Ponente, Guillermo Luces, Bernabé Gutiérrez, Chaim Bucaran e Williams Benavides foram incluídos na lista negativa do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), disse o Tesouro.

Com isso, todos os seus bens e ativos sob jurisdição dos Estados Unidos ficarão bloqueados e eles serão proibidos de realizar qualquer transação com indivíduos e entidades americanas.

"Essas pessoas (...) agiram como parte de um esquema maior para manipular as eleições parlamentares" de 6 de dezembro "ao colocar o controle dos partidos de oposição venezuelanos nas mãos de políticos associados ao regime de Nicolás Maduro, arruinando qualquer questionamento opositor credível", disse o Tesouro em um comunicado.

O governo americano, que não reconhece o segundo mandato de Maduro iniciado em 2019 por considerá-lo resultado de eleições "fraudulentas", também classifica como "farsa" a votação parlamentar convocada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

"Muitos dos políticos mais populares da Venezuela não têm permissão para concorrer às eleições, vários partidos da oposição foram cooptados, não há máquinas de voto testadas nem confiáveis", disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em nota.

"Milhões de eleitores venezuelanos ainda não constam nos cadernos eleitorais, há presos políticos que permanecem indefinidamente confinados nas prisões venezuelanas e quem fiscaliza tudo isso é uma CNE manipulada, com membros que o mesmo regime ilegítimo nomeou", acrescentou.

Washington, que impôs várias sanções para forçar uma mudança de governo na Venezuela, pressiona pela saída do poder de Maduro, para a realização de novas eleições "livres e justas".

Entre os sancionados pelo Tesouro estão funcionários e ex-funcionários de partidos de oposição, dos quais foram expulsos por suposta participação em um esquema de compra de votos que teria sido liderado por Maduro ou por "conspirar" com ele para forçar a participação do partido nas eleições.

O líder da oposição, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional eleito em 2015 e reconhecido pelos Estados Unidos e cerca de 60 nações como presidente interino da Venezuela, promove, junto com cerca de trinta partidos, um boicote às eleições de 6 de dezembro.

"Apoiamos o presidente interino Guaidó e aqueles que defendem a democracia da Venezuela em seus avanços para a restauração de uma Venezuela democrática", disse Pompeo.

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