Hezbollah guarda armas perto de depósito de gasolina de Beirute, diz Netanyahu
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu acusou nesta terça-feira (29) o Hezbollah libanês de ter um armazém secreto de armas perto de depósitos de hidrocarbonetos em Beirute, o que poderia causar uma nova tragédia caso explodisse.
Há muito tempo Israel acusa o Hezbollah, um aliado do Irã, de transformar foguetes em mísseis de precisão em várias instalações no Líbano, especialmente em um local próximo ao aeroporto internacional de Beirute.
Em um discurso feito em Jerusalém e transmitido na terça-feira na Assembleia Geral da ONU, Netanyahu mostrou um mapa indicando o que ele chamou de "depósito de armas secretas" nos subúrbios ao sul de Beirute, um reduto do grupo xiita, próximo ao aeroporto. De acordo com o exército israelense, tratam-se de mísseis de precisão.
O primeiro-ministro israelense disse que o suposto depósito fica "a um metro" de uma "companhia de gás" e a cerca de 50 metros de "um posto de gasolina".
Em referência à explosão mortal de agosto em Beirute, o chefe do governo de Israel, um ferrenho inimigo do Irã e do Hezbollah, alertou sobre "outra tragédia" no caso de uma explosão no suposto depósito de armas.
"Digo ao povo do bairro de Janah (sul de Beirute): tem que agir agora, tem que protestar, porque se esse negócio explodir será outra tragédia", declarou Netanyahu em inglês.
"Digo ao povo do Líbano: Israel não quer prejudicá-los, mas o Irã sim. O Irã e o Hezbollah deliberadamente colocaram vocês e suas famílias em grave perigo", acrescentou.
Em Beirute, o líder da organização libanesa reagiu acusando o primeiro-ministro israelense de "tentar mais uma vez colocar o povo libanês contra o Hezbollah".
Em um discurso na televisão, Hassan Nasrallah convidou a imprensa a "ir ao local, verificar o que há lá e contar ao mundo inteiro no ar que Netanyahu está mentindo". O Hezbollah não armazena "foguetes no porto de Beirute ou perto de postos de gasolina", disse.
Israel e Líbano estão tecnicamente em estado de guerra e sua fronteira comum, que é patrulhada no lado libanês por uma força da ONU, continua sendo cenário de incidentes esporádicos.
A forte troca de tiros ocorrida no ano passado na fronteira entre os dois países trouxe à tona por um dia a memória da guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah.
Desde o início da guerra na Síria, Israel também realizou diversos ataques aéreos ao país, dirigidos a combatentes libaneses do Hezbollah e forças iranianas que apoiam o presidente sírio Bashar al-Assad.
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