Revolta na Índia após estupro em grupo e assassinato de jovem da casta dalit
Nova Délhi, 29 Set 2020 (AFP) - A morte de uma jovem pertencente à minoria dalit depois de ter sido violentada por quatro homens de uma casta superior, segundo sua família, provocou indignação e comoção na Índia.
As quase 200 milhões de pessoas da comunidade dalit, antes chamadas de "intocáveis", estão nos níveis mais reduzidos da escala social no rígido sistema de castas indiano e são discriminadas e agredidas com frequência.
A vítima, de 19 anos, foi atacada em 14 de setembro por quatro homens no estado de Uttar Pradesh, norte do país, de acordo com a denúncia apresentada por sua família à polícia.
Os quatro suspeitos foram detidos.
A jovem foi encontrada sangrando e paralisada pelos ferimentos sofridos no pescoço e na coluna vertebral. Ela foi transportada para um hospital local e depois para Nova Délhi porque sua condição estava piorando.
"Morreu na manhã de terça-feira. Faremos todo o possível para que aconteçam uma investigação e um julgamento rápidos", afirmou à AFP o comandante da polícia do distrito de Hathras, em Utta Pradesh, Vikrant Vir.
O caso provocou uma onda de revolta nas redes sociais. O crime aconteceu após a execução, em 20 de março, de quatro homens pelo estupro em grupo de uma jovem estudante em um ônibus de Nova Délhi em dezembro de 2012, um crime que chocou o país e o mundo.
"Que dia triste! Durante mais quanto tempo isto será permitido?", questionou o diretor e produtor de cinema Farhan Ajtar. Para Kavita Krishnan, líder feminista indiana, a agressão reflete "a violência estrutural" sofrida pelas mulheres da casta dalit.
A violência sexual contra as mulheres de qualquer casta e nível social é preocupante neste país de 1,3 bilhão de habitantes. Em 2018 foram denunciados 34.000 estupros, um número que para os analistas representa apenas a ponta do iceberg, pois na Índia a maioria das vítimas tem medo de denunciar as agressões.
abh/stu/lch/bds/bl/me/fp
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