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Cidade chinesa realiza testes em massa e Europa prepara novas medidas contra o coronavírus

Pessoas fazem fila para teste de covid-19 em hospital de Yantai, na província de Shandong, após pequeno surto da doença na cidade portuária de Qingdao, na China - China Daily via Reuters
Pessoas fazem fila para teste de covid-19 em hospital de Yantai, na província de Shandong, após pequeno surto da doença na cidade portuária de Qingdao, na China Imagem: China Daily via Reuters

Em Pequim

12/10/2020 08h59

A China anunciou hoje testes massivos de coronavírus em uma cidade portuária de nove milhões de habitantes, após detectar um pequeno surto, enquanto a Europa se prepara para aplicar novas medidas de confinamento.

Ao contrário de muitas partes do mundo, onde ainda há confinamentos e um elevado número de casos, o vírus está amplamente sob controle na China, onde apareceu pela primeira vez em dezembro do ano passado.

Na cidade portuária de Qingdao, no nordeste da China, com 9,4 milhões de habitantes, seis casos de covid-19 foram confirmados ontem, levando as autoridades a anunciar os primeiros testes em massa em meses.

Os testes serão conduzidos em cinco distritos "dentro de três dias" e em toda a cidade "dentro de cinco dias", disse em comunicado a comissão municipal de saúde de Qingdao, embora não tenha fornecido um número preciso de quantas pessoas serão testadas.

A China tem grande capacidade para fazer testes rápidos e, ao meio-dia desta segunda-feira, a comissão de saúde disse que mais de 277 mil pessoas já haviam sido examinadas em Qingdao, com nove resultados positivos.

Em junho, grandes áreas da capital Pequim foram submetidas a testes massivos depois que a cidade de mais de 20 milhões de pessoas detectou casos ligados a um mercado de alimentos.

Na semana passada, centenas de milhões de chineses viajaram pelo país por ocasião do feriado "Golden Week". A economia do país voltou a crescer graças aos testes rápidos e aos confinamentos que conseguiram conter a segunda onda do vírus.

Preocupação no Reino Unido, França e Espanha

Em outras partes do mundo, o panorama é muito diferente.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson revelará nesta segunda um sistema de três níveis e espera-se que a cidade de Liverpool seja a única classificada no nível máximo.

Como os governos de toda a Europa, o gabinete conservador de Johnson busca reduzir o número de infecções, mas ao mesmo tempo manter a atividade econômica.

O novo sistema de alerta, com zonas de risco "médio", "alto" e "muito alto", é uma tentativa de trazer transparência e uniformidade às restrições. "Esta é uma conjuntura crítica e é absolutamente vital que todos sigam os conselhos claros que estabelecemos para ajudar a conter o vírus", disse um porta-voz de Downing Street.

O número de mortos por coronavírus no Reino Unido é de mais de 42 mil, o pior balanço da Europa. Globalmente, mais de 37 milhões de pessoas foram infectadas e pelo menos 1,07 milhões morreram.

Na França, as autoridades poderiam impor novos confinamentos para evitar a saturação dos serviços de saúde.

"Se nas próximas duas semanas notarmos que os indicadores da epidemia pioraram, se os leitos de terapia intensiva forem ocupados mais do que esperamos, tomaremos medidas adicionais", alertou o primeiro-ministro Jean Castex à rádio France Info nesta segunda-feira.

Na Espanha, duas regiões do norte, Catalunha e Navarra, anunciaram no domingo novas medidas para conter os contágios, enquanto Madri, a capital, é uma das cidades europeias com maior incidência da covid-19.

Por sua vez, a América Latina, região mais afetada pela pandemia no mundo, superou no sábado 10 milhões de casos de coronavírus e o Brasil ultrapassou 150 mil mortes.

Trump assegura ser "imune"

Nos Estados Unidos - o país mais afetado do mundo com 7,7 milhões de infecções e 214 mil mortes - o presidente Donald Trump assegurou no domingo que está "imune" à covid-19, em um esforço para demonstrar sua força para lutar contra seu adversário democrata, Joe Biden, na reta final da campanha para as eleições de 3 de novembro.

"Parece que estou imune, não sei, talvez por muito tempo, talvez por pouco tempo, talvez por toda a vida. Ninguém sabe realmente, mas estou imune", disse ele em entrevista por telefone à Fox News.

Apesar das alegações de Trump, a questão da imunidade à covid-19 ainda não está clara.

Por outro lado, de acordo com um estudo da Agência Nacional de Ciências da Austrália, o coronavírus que causa a covid-19 pode sobreviver em superfícies como notas de dinheiro ou telefones celulares por até 28 dias com baixas temperaturas e no escuro.

Pesquisadores do centro para a prevenção de doenças CSIRO testaram a longevidade do SARS-CoV-2 no escuro sob três tipos de temperatura. As taxas de sobrevivência caem quando as temperaturas estão mais altas, anunciou a agência nesta segunda-feira.