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UE anuncia sanções a seis colaboradores de Putin por envenenamento do opositor Navalny

15/10/2020 09h10

Bruxelas, 15 Out 2020 (AFP) - A União Europeia (UE) anunciou oficialmente, nesta quinta-feira (14), a adoção de sanções contra seis colaboradores do presidente russo, Vladimir Putin, pelo envenenamento do líder opositor Alexei Navalny com um agente nervoso do tipo Novichok.

A lista de funcionários afetados pelas sanções inclui o chefe da Direção de Política Interna da Presidência russa, o diretor do Serviço Federal de Segurança, dois vice-ministros da Defesa, um alto funcionário do Gabinete Executivo da Presidência e o representante de Putin na Sibéria.

Todos, de acordo com a UE, têm responsabilidade no envenenamento de Navalny, ajudaram as pessoas responsáveis por executar o ataque, ou deram consentimento à ação.

Também serão aplicadas sanções contra o Instituto Estatal de Pesquisa Científica em Química Orgânica, com sede em Moscou. Para a UE, o instituto não cumpriu suas obrigações em termos de destruição dos arsenais de armas químicas.

No comunicado que divulgou a lista oficial de sanções, a UE menciona o "uso de armas químicas na tentativa de assassinato" de Navalny.

O governo britânico se unirá às sanções europeias, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab.

"O Reino Unido aplicará as sanções anunciadas pela UE contra seis pessoas e uma entidade envolvidas no envenenamento e na tentativa de assassinato de Navalny sob o regime europeu de sanções por uso de armas químicas", afirmou em um comunicado.

O governo da Rússia reagiu e afirmou que as sanções anunciadas pela União Europeia prejudicam as relações entre Bruxelas e Moscou.

"Com esta decisão, a UE prejudica as relações com nosso país", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, antes de anunciar que a resposta de Moscou "será de acordo com os interesses da Rússia".

"Só podemos lamentar esta decisão que faz com que as relações entre a UE e Moscou dependam de uma pessoa que a Europa considera líder de uma oposição", disse Peskov, em referência Nalvany, grande inimigo do Kremlin.

O porta-voz insistiu em que as sanções representam uma medida "inamistosa e sem nenhuma lógica".

Ferrenho crítico do governo Putin, Navalny, de 44 anos, ficou gravemente doente em 20 de agosto pouco depois de embarcar em um voo na Sibéria, para onde viajou para participar da campanha da oposição nas eleições locais e regionais.

Depois de permanecer internado por alguns dias em um hospital siberiano, Navalny foi transferido para um centro médico especializado de Berlim e continua com seu tratamento na capital da Alemanha.

Em uma decisão separada, a UE também anunciou sanções contra o empresário russo Yevgeny Prigozhin por suas atividades de desestabilização da paz na Líbia.

Prigozhin é conhecido como o "cozinheiro de Putin" por possuir uma empresa de restaurantes que prestava serviços de alimentação ao Kremlin.

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