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Trump se lança em uma campanha frenética; Biden fica em casa

Trump (esq.) e Biden tiveram agendas diferentes neste final de semana - Jim Watson/Saul Loeb/Montagem/AFP
Trump (esq.) e Biden tiveram agendas diferentes neste final de semana Imagem: Jim Watson/Saul Loeb/Montagem/AFP

18/10/2020 15h13

Janesville, Estados Unidos, 18 Out 2020 (AFP) - O presidente dos EUA, Donald Trump, continuou sua campanha em um ritmo frenético no sábado (18), em uma viagem por três estados, começando por Michigan, e chamou seu oponente democrata, Joe Biden, de "criminoso" e "antiamericano".

Diante de uma multidão animada em Muskegon, Michigan, Trump optou por temas belicosos e garantiu que os democratas querem "apagar a história dos Estados Unidos, expurgar os valores americanos e destruir o modo de vida americano".

O magnata republicano insistiu em sua alegação de que Biden é corrupto, evocando a mesma teoria da conspiração que o levou a sofrer o processo de "impeachment" no ano passado e a uma nova matéria do jornal The New York Post, com supostas evidências de corrupção contra um filho de seu rival.

"Joe Biden é um político corrupto, e a família Biden é uma empresa criminosa", afirmou, ovacionado por seus eleitores.

"Ele é um criminoso, cometeu crimes", insistiu, acrescentando que "é um risco para a segurança nacional".

O candidato democrata, que lidera as pesquisas, ficou em sua casa em Delaware sem manifestações públicas, preparando-se para voltar ao ringue neste domingo, na Carolina do Norte.

De Michigan, Trump seguiu para Wisconsin, epicentro da nova onda de infecções por coronavírus no país, onde foi recebido por seus seguidores em Janesville. O candidato republicano deve encerrar o dia em Las Vegas, onde tem um comício em Carson City, neste domingo.

"A estratégia do presidente Trump é trabalhar pelo voto do povo americano", disse sua porta-voz, Kayleigh McEnany, à Fox News.

"É por isso que ele está em dois estados hoje e terá dois comícios amanhã, mais dois no Arizona na segunda-feira", acrescentou.

Apenas duas semanas após deixar o hospital por covid-19, Trump planeja manter esse ritmo intenso até o final da campanha, com comícios quase diários, na tentativa de aumentar sua base de fãs. O entusiasmo ficou evidente no sábado.

A multidão gritava "nós te amamos" e, estimulada pelo próprio Trump, exigia "prendam ela", em referência à governadora democrata de Michigan.

No final de seu discurso de 90 minutos, Trump até dançou algumas notas da famosa "YMCA", do Village People. Em sua longa intervenção, chamou atenção, porém, a ausência de referências importantes à pandemia. Nos EUA, já são quase 219 mil mortos e mais de oito milhões de casos de contágio.

As pesquisas de opinião mostram que a grande maioria não aprova a gestão errática da pandemia, por parte de Trump. Já Biden fez dela peça central de sua campanha, prometendo o que considera uma liderança mais sóbria e menos politizada da crise nacional.

Ontem, o candidato democrata divulgou uma declaração, assegurando que "o presidente Trump está, propositadamente, minimizando a gravidade do vírus".