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Em lágrimas, premiê dinamarquesa se desculpa por massacre de visons

Mette Frederiksen, premiê da Dinamarca, durante vídeo conferência com chefes de estado da União Europeia - Liselotte Sabroe / Ritzau Scanpix / AFP
Mette Frederiksen, premiê da Dinamarca, durante vídeo conferência com chefes de estado da União Europeia Imagem: Liselotte Sabroe / Ritzau Scanpix / AFP

26/11/2020 14h27

Enxugando as lágrimas, a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen se desculpou pessoalmente nesta quinta-feira (26) por sua gestão da pandemia, na qual uma mutação da covid-19 levou o governo a matar milhões de visons mantidos em criadouros.

A chefe do governo visitava uma fazenda de visons no município de Kolding - onde todos os animais foram abatidos apesar de estarem saudáveis - algo que o Executivo não tinha direito legal de fazer, como foi demonstrado posteriormente.

"Não tenho problemas em me desculpar pelo curso dos acontecimentos, já que erros foram cometidos", disse Frederiksen à TV2.

Visivelmente emocionada, a primeira-ministra parou várias vezes para enxugar as lágrimas, ressaltando que é importante lembrar que a culpa não é dos criadores.

"É por causa do coronavírus, e espero que possa haver um pouco de luz no fim do túnel para os criadores de visons dinamarqueses neste momento", acrescentou.

No início de novembro, a Dinamarca, o maior exportador mundial de peles desses mamíferos, anunciou que mais de 15 milhões de visons do país seriam sacrificados depois que foi descoberto que uma mutação do coronavírus neles poderia prejudicar a eficácia de vacinas futuras.

No entanto, dias depois, o governo teve que reconhecer que não tinha base jurídica suficiente para ordenar essa medida.

O então ministro da Agricultura, Mogens Jensen, se desculpou e renunciou na semana passada.

Após a renúncia de Jensen, o Ministério da Saúde concluiu que a ameaça potencial às vacinas humanas estava "muito provavelmente extinta", pois não houve mais casos de animais ou humanos infectados por essa versão do vírus (denominada Cluster 5).

De acordo com o último balanço, mais de dois terços dos entre 15 e 17 milhões de visons que se estima ter no país, já foram sacrificados.