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Israel solta detento palestino que fez greve de fome por 103 dias

06.nov.2020 - O palestino Maher Al-Akhras, 49, que completou 100 dias de greve de fome em protesto contra sua prisão - Taghreed Al-Akhras/Reuters
06.nov.2020 - O palestino Maher Al-Akhras, 49, que completou 100 dias de greve de fome em protesto contra sua prisão Imagem: Taghreed Al-Akhras/Reuters

26/11/2020 08h34

Israel libertou, nesta quinta-feira (26), um palestino detido que fez greve de fome por 103 dias em protesto contra sua detenção, considerada arbitrária - anunciou a organização de presos palestinos.

Maher al-Akhras, de 49 anos, foi transferido do Hospital israelense Kaplan, perto de Tel Aviv, para o Hospital Universitário Al Najah, na cidade palestina de Nablus (ao norte da Cisjordânia).

"Assim que seu estado de saúde for avaliado", será tomada uma decisão sobre seu retorno para casa, disse o diretor do Hospital Al-Najah, Abdul-Karim Al-Barqawi, em um comunicado.

Al-Akhras foi detido pelas forças israelenses no final de julho, em sua casa no norte da Cisjordânia, e preso em Israel. Ele é suspeito de pertencer ao movimento armado palestino Jihad Islâmica, considerado terrorista por Israel, pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

Após sua prisão, foi colocado em detenção administrativa, uma figura legal que permite a Israel manter palestinos na prisão sem acusação formal, ou julgamento, por períodos renováveis de até seis meses.

Em 6 de novembro, encerrou uma greve de fome que durou 103 dias, após chegar a um "acordo" com as autoridades israelenses para sua libertação. Está internado desde setembro, porque sua saúde se deteriorou muito.

O caso deste agricultor pai de seis filhos provocou críticas da ONU e de várias ONGs e gerou um movimento de solidariedade em todos os territórios palestinos e em alguns países árabes.

Cerca de 355 palestinos estavam em detenção administrativa no final de agosto, incluindo vários menores, de acordo com a ONG israelense de direitos humanos B'Tselem.