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Milhares de manifestantes saem às ruas de Madri em defesa da saúde pública

Manifestante segura placa dizendo "chega de contratos precários" durante protesto em Madri - PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP
Manifestante segura placa dizendo "chega de contratos precários" durante protesto em Madri Imagem: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP

Da AFP, em Madri

29/11/2020 16h41

Milhares de trabalhadores da área da saúde, afetados pela crise provocada pela pandemia de covid-19, marcharam neste domingo (29) em Madri, em apoio ao sistema de saúde público espanhol.

Exibindo cartazes com frases como "Saúde 100% pública" e "Mais nenhum contrato lixo", os manifestantes desfilaram sob o som de tambores pelas ruas da capital espanhola, convocados pela plataforma "Marea Blanca" (Maré Branca), integrada por várias organizações de profissionais do setor.

Participaram quase 10 mil pessoas de acordo com os organizadores, enquanto a polícia madrilenha estimou a presença de 2.000 manifestantes.

Os manifestantes defenderam em particular preservar o sistema de saúde público, administrado na região pela Comunidade de Madri, criticada por sua falta de investimento no setor, sendo a capital um dos grande epicentros da pandemia na Espanha.

A enfermeira Lara García declarou à AFPTV que participou para protestar contra a quantidade "de pessoal (contratado) em meio período, os salários, que são mais baixos que em outras regiões, ainda mais em relação a outros países".

A manifestação teve lugar dois dias antes da inauguração, prevista para a terça-feira, de um hospital madrilenho contra a pandemia, erguido em poucos meses pela Comunidade de Madri para tentar desafogar vários hospitais por causa do coronavírus.

Porém, muitos dos manifestantes destacaram seu temor de que esta nova infraestrutura, com capacidade para até 1.000 pacientes, absorva recursos destinados a outros hospitais, em particular para o pessoal da saúde.

"O novo hospital é um golpe absoluto para Madri e os madrilenhos. Não é nada necessário (...) Madri conta com leitos suficientes que poderiam ser utilizados", afirmou Leonor Vallejo, de 67 anos, enfermeira de ambulâncias na capital atualmente aposentada, que participou na manifestação.

A Espanha continua sendo um dos países europeus mais afetados pela covid-19, com mais de 1,6 milhão de casos e cerca de 44 mil mortes.