Topo

Biden prepara plano contra covid-19; Brasil e Rússia avançam na vacinação

19/01/2021 11h19

Washington, 19 Jan 2021 (AFP) - A 24 horas de sua posse como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden se prepara para lançar sua própria agenda contra a covid-19, enquanto as campanhas de vacinação se aceleram, como é o caso no Brasil e na Rússia.

A doença já causou mais de dois milhões de mortes em todo mundo, enquanto um relatório de especialistas independentes apresentado à Organização Mundial da Saúde nesta terça-feira acusou a própria OMS e a China de não terem tomado medidas mais enérgicas de saúde pública em janeiro de 2020, no início da pandemia.

Os Estados Unidos são o país mais atingido pela covid-19, com 24 milhões de casos e cerca de 400.000 mortes, das quais 21.000 nos últimos sete dias.

Além disso, na véspera da saída de Donald Trump da Casa Branca, a cacofonia reina em Washington: o republicano anunciou a reabertura das fronteiras dos Estados Unidos para cidadãos europeus do espaço Schengen, bem como britânicos, irlandeses e brasileiros em 26 de janeiro. Foi imediatamente contestado pela porta-voz do presidente eleito.

"Este não é o momento de suspender as restrições às viagens internacionais", declarou Jen Psaki, que será porta-voz do novo presidente Biden.

Uma imensa campanha de vacinação começou em meados de dezembro nos Estados Unidos, mas avança mais lentamente do que o esperado. Apenas 10 milhões de pessoas receberam a primeira dose, bem abaixo dos 20 milhões planejados até o final de dezembro de 2020 pelo governo.

Biden prometeu acelerar para chegar a 100 milhões de vacinações no 100º dia de sua Presidência. "Podemos conseguir isso. A saúde do país está em jogo!", declarou.

Além disso, o 46º presidente dos Estados Unidos já anunciou que vai adotar, na quarta-feira, um decreto que tornará obrigatório o uso de máscara em instalações e espaços dependentes do Estado federal, assim como nos deslocamentos entre estados, algo que Trump sempre se recusou a fazer.

- "Fracasso moral" -O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse, por sua vez, que o mundo terá um "fracasso moral catastrófico", se os países ricos monopolizarem as vacinas em detrimento dos países pobres.

Até agora, de acordo com uma contagem da AFP, pelo menos 60 países, ou territórios, que representam 61% da população do planeta, começaram a imunizar seus habitantes. Destes, 11 países respondem pela grande maioria das pessoas vacinadas.

O Brasil, um dos mais atingidos pela pandemia e que acumula cerca de 210 mil mortes - número abaixo da realidade, segundo especialistas - lançou sua campanha nacional de vacinação na segunda-feira, dois dias antes do previsto por pressão dos governadores dos estados e principalmente de São Paulo, que começou a vacinar no domingo.

O desafio logístico é imenso neste país de 210 milhões de habitantes e de dimensões continentais, onde são administradas duas vacinas: a chinesa CoronaVac e a britânica da AstraZeneca/Oxford.

O lançamento da campanha no Brasil ocorre em um momento em que a América Latina e o Caribe ultrapassaram 550 mil mortes em decorrência do novo coronavírus. A região é a segunda mais atingida em número de mortes atrás da Europa, com mais de 665.000 óbitos.

A Rússia iniciou esta semana uma campanha de vacinação em massa na esperança de conter o coronavírus sem reintroduzir novas ordens de confinamento. Na semana passada, o presidente Vladimir Putin ordenou que toda população (146 milhões de pessoas) tenha acesso à vacina nacional Sputnik V.

- Outra variante contagiosa - A nova variante do coronavírus identificada na África do Sul, e agora predominante no país, não é mais letal, mas 1,5 vez mais contagiosa, informou na segunda-feira um painel de especialistas sul-africanos.

A África do Sul é o país africano mais atingido pela pandemia, com 37.000 mortes em uma população de 58 milhões.

Na Inglaterra, uma em cada oito pessoas contraiu o coronavírus em dezembro, um aumento acentuado em relação ao mês anterior (1 em 11), de acordo com um estudo oficial publicado nesta terça-feira.

Na China, a cidade de Shijiazhuang está construindo rapidamente um grande centro de quarentena, com capacidade para mais de 4.000 pessoas, para impedir o surto de covid-19 nessa cidade no norte do país.

Até agora, a China conseguiu controlar o vírus em grande medida, mas uma série de pequenos surtos localizados levou as autoridades a solicitarem testes em massa e a adotarem confinamentos estritos.

As imagens da construção deste centro lembram as da rápida construção de um grande hospital no início de 2020 em Wuhan, onde surgiu a epidemia.

Falando em esporte, dois tenistas do Aberto da Austrália testaram positivo para a covid-19 nesta terça-feira. Chega a sete o número de pessoas infectadas relacionadas ao torneio.

O Aberto da Austrália, cujo início foi adiado por três semanas até 8 de fevereiro, foi afetado pela detecção da covid-19 em voos para Melbourne, nos quais jogadores e membros do torneio viajavam.

Por esse motivo, 72 tenistas cumprem quarentenas estritas em hotéis, sem direito a treinar para evitar qualquer risco de disseminação da covid-19. Tudo isso alimenta as dúvidas sobre a celebração do torneio.

Finalmente, a Disneyland Paris, maior atração turística da Europa, adiou sua reabertura para 2 de abril, sete semanas depois do planejado inicialmente, devido à pandemia.

burs-hba/pz/me/mar/mr/tt

ASTRAZENECA