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Biden acelera combate ao coronavírus nos EUA

21/01/2021 12h50

Washington, 21 Jan 2021 (AFP) - Recém-instalado na Casa Branca, Joe Biden vai dedicar seu primeiro dia completo na presidência, esta quinta-feira (21), à sua prioridade mais urgente: o combate à pandemia, que já cobrou mais de 400.000 vidas nos Estados Unidos.

O democrata, que considera que "não há tempo a perder" na luta contra o coronavírus, planeja assinar dez decretos e outras diretivas para acelerar as campanhas de vacinação e detecção da doença.

"Por quase um ano, os americanos não puderam encontrar nenhuma estratégia, e muito menos uma abordagem integral para enfrentar a covid", afirmou Jeff Zients, que coordena a resposta contra a pandemia do novo governo. "Tudo isso vai mudar", disse ele à imprensa.

Questionada nesta quinta-feira no canal CNN sobre o plano de vacinação herdado do governo Trump, a nova diretora de comunicação da Casa Branca, Kate Bedingfield, afirmou que este não possui "muitos detalhes".

A nova gestão americana agradeceu nesta quinta a Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo seu papel de liderança no combate à pandemia e garantiu seu apoio financeiro, um giro de 180 graus na estratégia mantida pelo ex-presidente Donald Trump.

Estados Unidos, que anunciou seu retorno à OMS na quarta-feira, "tem a intenção de cumprir com suas obrigações financeiras com a organização", afirmou o imunologista Anthony Fauci em uma reunião do conselho executivo da agência da ONU.

Nas horas posteriores à posse na quarta, Biden acabou com a saída dos Estados Unidos da OMS implementada por Donald Trump.

Decidido a esclarecer as diferenças com seu antecessor desde o princípio, o 46° presidente dos EUA também emitiu um decreto para tornar obrigatório o uso da máscara nos edifícios federais.

O presidente alertou em seu discurso de posse que a covid-19 está prestes a alcançar sua "fase mais difícil e mortal" e pediu aos americanos que "deixem a política de lado" para enfrentar juntos este "inverno sombrio".

Biden, de 78 anos, espera convencer os congressistas republicanos a aprovar um novo pacote de estímulo de 1,9 trilhão de dólares destinado a amenizar os efeitos da pandemia na economia.

O plano inclui cheques para as famílias, fundos para reabrir escolas, dinheiro para agilizar testes e vacinas, efetivo para pequenas empresas e mais auxílio alimentício: as medidas devem evitar que o país se afunde ainda mais na crise.

- Primeira confirmação -Biden também está esperançoso que os legisladores autorizem uma mudança radical na política migratória, questão-chave do mandato de seu antecessor.

Depois de anular na quarta-feira um decreto que proibia a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de países predominantemente muçulmanos, e de suspender a construção do muro na fronteira com o México, o presidente enviou ao Congresso um ambicioso projeto de lei de migração.

Este texto proporciona um "caminho para a naturalização" dos mais de 10 milhões de imigrantes em situação irregular que vivem nos Estados Unidos.

Em um sinal de que os tempos estão mudando, o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, que até pouco tempo era um fiel aliado de Trump, prometeu trabalhar com Biden "sempre que for possível".

A Câmara Alta confirmou por uma grande maioria a nomeação de Avril Haines, ex-número dois da CIA, como diretora de inteligência.

O Congresso deve continuar hoje com o processo de confirmação do gabinete de Biden, incluindo a de Antony Blinken à frente da diplomacia americana.

Em nível diplomático, alguns aliados e parceiros dos EUA já celebraram a chegada do novo presidente. A chanceler alemã Angela Merkel afirmou hoje que há chances de uma cooperação "mais ampla" com Biden do que com Trump, apesar dos pontos de discordância persistentes, especialmente sobre o polêmico projeto do gasoduto russo Nord Stream 2.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, será o primeiro líder estrangeiro a conversar com Biden, na sexta-feira. O diálogo deve abordar especialmente o projeto de oleoduto de Keystone, apoiado pelo Canadá, mas com o qual Biden prometeu acabar durante sua campanha.

- "Multitarefa" -Na política interna, o poder legislativo deverá tratar a questão do segundo impeachment de Trump.

A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, deve anunciar a data em que os legisladores da Câmara Baixa enviarão a acusação do ex-presidente, instalado desde quarta-feira na Flórida.

O Senado estará encarregado de julgá-lo por "incitação à insurreição". Este processo poderia atrasar a implementação das medidas apresentadas por Biden. "Confiamos que o Senado pode ser multitarefa", disse na quarta-feira à noite a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

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