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Partido FARC mudará nome ligado à guerra na Colômbia

1.set.2017 - Simpatizantes e integrantes do antigo grupo guerrilheiro agitam bandeiras com o logo do partido político Farc, em Bogotá, Colômbia - Raul Arboleda/ AFP
1.set.2017 - Simpatizantes e integrantes do antigo grupo guerrilheiro agitam bandeiras com o logo do partido político Farc, em Bogotá, Colômbia Imagem: Raul Arboleda/ AFP

21/01/2021 20h16

O partido de esquerda FARC, que surgiu do acordo de paz na Colômbia, anunciou nesta quinta-feira (21) que mudará seu nome para se afastar da sigla que identificou por mais de meio século a guerrilha mais poderosa da América.

Após o acordo de paz em novembro de 2016 com o então governo de Juan Manuel Santos (2010-18), os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia formaram o partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum, ambos abreviados como FARC.

"A dinâmica e a prática nos mostraram que é muito complexo manter o nome das FARC, não porque tenhamos nos arrependido dele, não porque tenhamos vergonha, mas porque foi o nome com o qual participamos do conflito, participamos da guerra", explicou o líder do partido e ex-guerrilheiro, Rodrigo Londoño, em entrevista coletiva na cidade de Medellín.

Londoño, também conhecido como Timochenko, confessou que "o conflito deixou muita dor" e que o nome FARC "está intimamente ligado a essa lembrança deixada pela guerra".

O último comandante-em-chefe da guerrilha defendeu um nome diferente desde a fundação do partido, mas a iniciativa não teve apoio entre seus membros até agora.

A nova designação será anunciada durante a assembleia das FARC entre 22 e 24 de janeiro, atrasada em quase um ano devido à pandemia.

Desarmados e transformados em força política, os ex-rebeldes marxistas sofrem divisões dentro da organização.

Embora cerca de 13.000 guerrilheiros - a maior parte das FARC - tenham aceitado o que foi assinado, várias facções "dissidentes" permaneceram com armas sob a sigla de Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (FARC).

Segundo as Forças Militares, esses grupos somam cerca de 2.500 homens que, sem um comando unificado, se fortalecem em partes remotas do território financiados pelo tráfico de drogas e mineração ilegal.

Há quase seis décadas persiste na Colômbia o conflito que deixou nove milhões de vítimas, a maioria delas deslocadas, embora nem todas devido à ação da guerrilha.

Agentes do Estado e grupos paramilitares de extrema-direita também estiveram envolvidos.