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EUA, México e Guatemala fecham portas a caravanas de migrantes devido à pandemia

21.dez.2020 - Joe Biden recebe vacina contra a covid-19 em Delaware, nos EUA - JOSHUA ROBERTS/AFP
21.dez.2020 - Joe Biden recebe vacina contra a covid-19 em Delaware, nos EUA Imagem: JOSHUA ROBERTS/AFP

22/01/2021 19h41

Os governos dos Estados Unidos, México e Guatemala concordaram na sexta-feira (22) em proibir caravanas de migrantes de passar por seu território devido à pandemia, dias depois que uma de Honduras foi dissolvida à força em território guatemalteco.

"Sobre qualquer intenção de formar uma caravana, nossa mensagem é clara: nossa fronteira permanece fechada para quem tenta entrar ilegalmente", declarou o embaixador dos Estados Unidos na Guatemala, William Popp.

"Os emigrantes que cruzarem a fronteira dos Estados Unidos de forma irregular serão deportados imediatamente por questão de segurança sanitária nacional", afirmou.

Popp fez o alerta depois de se reunir com o chanceler da Guatemala, Pedro Brolo, e o embaixador do México na Guatemala, Romeo Ruiz, para tratar do assunto.

Na segunda-feira passada, policiais e soldados guatemaltecos reprimiram uma caravana com milhares de migrantes hondurenhos, incluindo centenas de crianças, que invadiram a fronteira desde sexta-feira sem apresentar documentos ou testes negativos para covid-19, exigido pelo governo.

As forças de segurança atuaram por decreto do presidente Alejandro Giammattei, que ordenou a paralisação do avanço devido aos riscos da pandemia, que deixou 153 mil infecções e 5.420 mortos na Guatemala.

A ação foi rejeitada por organizações de direitos humanos.

"Pedimos aos países amigos que demonstrem com fatos que qualquer tentativa de criar fluxos massivos de pessoas não será tolerada e será combatida", acrescentou Brolo.

Por sua vez, o embaixador mexicano advertiu aos migrantes que a situação é "extremamente mais complicada" de se mobilizar devido à pandemia, que se soma aos riscos habituais da viagem, como o crime organizado e o tráfico de pessoas.

"Por favor, não deixe suas casas, não coloque suas famílias em perigo, não coloque seus filhos em risco", pediu Ruiz.

Popp acrescentou que seu país trabalhará por "alternativas e oportunidades econômicas para mais prosperidade" na América Central, de onde milhares de migrantes sem documentos partem todos os anos para os Estados Unidos.

Desde outubro de 2018, a migração ilegal do norte da América Central para os Estados Unidos sofreu uma reviravolta com a saída de caravanas de milhares de pessoas, principalmente do norte de Honduras.

Os integrantes desta última caravana alegam que estão fugindo da pobreza, da violência e da crise deixada pela passagem de dois furacões em novembro e que marchavam esperançosos de que as condições migratórias fossem amenizadas com a chegada de Joe Biden ao poder nos Estados Unidos