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Chanceleres da UE discutem resposta à Rússia, campanhas de vacinação e Venezuela

25/01/2021 16h43

Bruxelas, 25 Jan 2021 (AFP) - Os chanceleres da União Europeia discutiram em Bruxelas nesta segunda-feira (25) uma reação em bloco à prisão do opositor russo Alexei Navalni, e uma agenda pesada que incluía a situação das campanhas de vacinação e o quadro político na Venezuela.

No primeiro encontro presencial do ano, em Bruxelas, os diplomatas concordaram em enviar à Rússia o chefe da diplomacia do bloco, o espanhol Josep Borrell, mas decidiram deixar de lado a adoção de novas sanções.

"Será uma boa oportunidade para discutir com meu homólogo russo todas as questões relevantes e transmitir uma mensagem clara sobre a situação atual", disse Borrell em entrevista coletiva no final da reunião de ministros das Relações Exteriores.

"Obviamente, o Conselho Europeu está pronto para reagir de acordo com as circunstâncias e tomar as medidas adequadas se as circunstâncias o exigirem", acrescentou.

A eventual adoção de sanções requer o apoio unânime dos países do bloco. Segundo uma fonte diplomática consultada pela AFP, a questão das sanções foi discutida na reunião, mas a opinião da maioria foi de que se tratava de um passo "prematuro".

"As sanções são uma ferramenta possível, mas é preciso esperar para ver o que vai acontecer em Moscou", disse um dos diplomatas consultados.

Autoridades da UE exigem a libertação de Navalni há uma semana, preso em 17 de janeiro quando ele retornou a Moscou depois de ser tratado na Alemanha por envenenamento com um agente nervoso.

A UE já sancionou vários funcionários russos pelo alegado envolvimento na tentativa de assassinato.

- Venezuela na agenda -No que se refere à Venezuela, os chanceleres divulgaram "conclusões" de quatro páginas nas quais se limitaram a reiterar as posições acordadas pelos países da UE sobre o assunto.

Além disso, fizeram um apelo às autoridades venezuelanas para que garantam a integridade da oposição.

O pedido se refere aos "representantes dos partidos da oposição eleitos para a Assembleia Nacional de 2015, e especialmente Juan Guaidó, bem como aos demais representantes da oposição democrática".

Segundo os chanceleres europeus, são considerados "atores importantes e interlocutores privilegiados".

Os chanceleres também convocaram "a oposição democrática a adotar uma posição de unidade com a visão de um processo inclusivo de diálogo e negociação".

Os ministros reiteraram que a UE não reconhece as eleições legislativas realizadas em dezembro passado, e por isso também ignora a legitimidade da nova Assembleia Nacional.

"A UE reitera seu apoio a todos aqueles que trabalham a favor de um futuro democrático para a Venezuela", diz o documento.

Os chanceleres também discutiram as relações da UE com a Turquia, realizaram uma videoconferência com altos funcionários japoneses e discutiram as relações do bloco com o novo governo dos Estados Unidos.

Por último, a UE lamentou o gesto "hostil" do Reino Unido, que reluta em conceder ao novo embaixador da UE em Londres o mesmo nível diplomático que os restantes embaixadores e pretende conceder-lhe apenas o nível reservado às organizações internacionais.

"Temos 143 representações da UE em todo o mundo e todas elas têm status diplomático de acordo com a Convenção de Viena, que permite a reciprocidade. Esta é a norma", disse Borrell.

No entanto, ele expressou confiança "de que esta disputa com nossos amigos em Londres será resolvida a contento de ambas as partes."

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