Topo

Esse conteúdo é antigo

Protestos contra confinamento deixam mais de 220 feridos no Líbano

27.jan.21 - Mais de 220 pessoas ficaram feridas após manifestação no Líbano contra medidas de restrições anunciadas pelo governo - Fathi AL-MASRI / AFP
27.jan.21 - Mais de 220 pessoas ficaram feridas após manifestação no Líbano contra medidas de restrições anunciadas pelo governo Imagem: Fathi AL-MASRI / AFP

27/01/2021 20h03

Mais de 220 pessoas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes que se opõem às restrições de saúde e a polícia em Trípoli, uma grande cidade no norte do Líbano - informou a agência nacional de informação nesta quarta-feira (27).

As autoridades libanesas prorrogaram até 8 de fevereiro um severo confinamento, inicialmente decretado até 25 de janeiro, para impedir a propagação do novo coronavírus e aliviar hospitais saturados.

As restrições incluem um toque de recolher permanente e o fechamento de estabelecimentos comerciais. As autoridades também procuram aumentar o número de leitos em hospitais para pacientes com covid-19.

Segundo a agência nacional de informação, 226 pessoas ficaram feridas: 102 foram atendidas ou levadas a hospitais na cidade pela Cruz Vermelha Libanesa e outras 124 pelas equipes de resgate da Associação Médica Islâmica.

No total, 66 pessoas foram hospitalizadas.

As forças de segurança relataram no Twitter nove oficiais feridos.

Os manifestantes jogaram coquetéis molotov e pedras nas forças de segurança, que responderam com gás lacrimogêneo, segundo um correspondente da AFP no local.

Um grupo de manifestantes tentou entrar em Serail, sede da governadoria do Norte, e outros se concentraram na praça Al Nour.

A certa altura, foram ouvidos tiros de balas reais, de origem desconhecida, no local dos protestos, segundo o repórter da AFP, enquanto alguns manifestantes atearam fogo na entrada de um prédio da polícia.

"Estamos aqui para pedir comida, as pessoas estão com fome", disse Mohamad Ezzedine, um manifestante de 20 anos. "Chegou a hora de as pessoas saírem para as ruas", acrescentou.

"Tomamos a decisão de continuar nossa ação, custe o que custar [...] porque não temos nada a perder", acrescentou outro manifestante, usando uma balaclava.

Após várias horas de combate, as forças de segurança e o exército implantaram reforços em torno da sede da governadoria e na Praça Al Nour para dispersar os manifestantes.

Conflitos semelhantes na noite de terça-feira deixaram 45 feridos, 15 a mais que no dia anterior, de acordo com a Cruz Vermelha Libanesa.

Este país do Oriente Médio, de seis milhões de habitantes, registrou 2.553 mortes por 289.660 casos de coronavírus até o momento.

O Líbano está atolado em sua pior crise econômica, com uma desvalorização histórica de sua moeda, hiperinflação e demissões em massa. Metade da população vive na pobreza.