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Supremo paquistanês confirma absolvição no caso de assassinato de Daniel Pearl

28/01/2021 09h07

Islamabad, 28 Jan 2021 (AFP) - O Tribunal Supremo do Paquistão desconsiderou, nesta quinta-feira (28), uma série de recursos contra a absolvição do homem de origem britânica condenado por ser o autor intelectual do sequestro e do assassinato do jornalista americano Daniel Pearl, o que abre caminho para sua libertação.

"O tribunal declarou que (o acusado) não cometeu delito algum neste caso", disse à AFP Mahmood Sheikh, que representava Ahmed Omar Saeed Sheikh.

"O tribunal afirmou que deve ser liberado de imediato", acrescentou.

No ano passado, houve protestos internacionais quando um tribunal de primeira instância absolveu este homem de 47 anos do assassinato do jornalista e reduziu sua sentença para uma acusação menor de sequestro. Essa decisão revogava sua sentença de morte e ordenava sua libertação após quase duas décadas de prisão.

A medida desse tribunal deu lugar a uma série de petições contra sua absolvição, incluindo a da família de Pearl.

Daniel Pearl era o chefe de redação do escritório do The Wall Street Journal no sul da Ásia. Ele foi sequestrado em Karachi, em janeiro de 2002, enquanto preparava uma matéria sobre militantes islâmicos.

Quase um mês depois, após vários pedidos de resgate, um vídeo mostrando sua decapitação chegou ao consulado dos Estados Unidos.

Mahmood Sheikh, um "jihadista" nascido no Reino Unido que estudou na prestigiosa London School of Economics e esteve anteriormente envolvido em outros sequestros de estrangeiros, foi detido após o sequestro de Pearl. Foi condenado à forca.

Os advogados da família de Pearl afirmaram que Sheikh desempenhou um papel crucial na organização do sequestro do jornalista e que ordenou sua execução.

Já os advogados do réu sustentam que seu cliente foi um bode expiatório, condenado sem provas suficientes.

Sheik e três outros homens condenados por sua participação no sequestro permaneceram detidos sob uma ordem de emergência do governo da província de Sindh. Para as autoridades locais, eles representam um perigo público.

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