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Biden e Trudeau querem reconstruir laços EUA-Canadá em reunião virtual

Biden (foto) e Trudeau abordarão várias prioridades mútuas, incluindo o combate à mudança climática e a aceleração da economia da América do Norte - Saul Loeb/AFP
Biden (foto) e Trudeau abordarão várias prioridades mútuas, incluindo o combate à mudança climática e a aceleração da economia da América do Norte Imagem: Saul Loeb/AFP

23/02/2021 11h53Atualizada em 23/02/2021 12h21

Washington, 23 Fev 2021 (AFP) - O presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, traçarão, nesta terça-feira (23), um "roteiro" para reconstruir as relações entre Estados Unidos e Canadá em sua primeira reunião bilateral, afirmou um alto funcionário, embora o cancelamento do oleoduto Keystone possa apresentar um obstáculo.

Após as turbulências da presidência de Donald Trump, Biden espera usar suas conhecidas habilidades de conexão pessoal em um encontro presencial com o líder do aliado-chave do Norte.

A reunião, no entanto, será virtual devido à pandemia de coronavírus, deixando que os Estados vizinhos tentem se apoiar em seus valores comuns de longe em vez de pessoalmente, disse um alto funcionário do governo americano na véspera do primeiro evento bilateral de Biden como presidente.

"Acredito que o resultado mais importante da viagem, ou da reunião, será essencialmente (...) um roteiro para revitalizar a colaboração entre Estados Unidos e Canadá", afirmou o funcionário na segunda-feira.

Os anúncios sobre os "próximos passos" envolverão múltiplas áreas como a diplomacia, transporte, infraestrutura e combate à covid-19, afirmou o funcionário.

Prioridades mútuas

Biden e Trudeau abordarão várias prioridades mútuas, incluindo o combate à mudança climática, a aceleração da economia da América do Norte, o Ártico e as ameaças à democracia em Mianmar e Venezuela.

"Estando na mesma sintonia em vários assuntos, como a mudança climática ou a reativação econômica, podemos fazer mais juntos", disse o gabinete de Trudeau, mencionando tópicos similares.

Mas os dois também entrarão na espinhosa questão das "práticas econômicas injustas" da China, seu histórico de direitos humanos e a contínua detenção de dois cidadãos canadenses em Pequim, segundo o alto funcionário americano.

O ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor foram presos na China em 2018 no que se considerou uma provável represália pela prisão da executiva da Huawei, Meng Wanzhou, naquele ano por uma ordem dos Estados Unidos.

"Certamente esperamos que o primeiro-ministro o mencione e o presidente está pronto para discuti-lo", disse o funcionário.

O funcionário não abordou como os laços entre Estados Unidos e Canadá podem ter sido prejudicados durante os quatro anos do governo Trump, optando por ressaltar os diversos "interesses compartilhados" entre os dois países.

Um ponto crítico que provavelmente surgirá é a decisão de Biden de cancelar a permissão para o oleoduto Keystone XL, um projeto ao qual os ambientalistas se opõem ferozmente, mas que conta com o apoio de Ottawa.

Biden anulou a permissão com uma ordem executiva emitida em seu primeiro dia no cargo, cumprindo com um compromisso de campanha, e "a decisão não será reconsiderada", garantiu o funcionário.

A cúpula começa com uma reunião bilateral a portas fechadas de 45 minutos com Biden, a vice-presidente Kamala Harris, o secretário de Estado Antony Blinken e o assessor de segurança nacional Jake Sullivan, junto com seus homólogos canadenses.

Depois, será aberta para uma discussão bilateral mais ampla.