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Venezuela expulsa embaixadora da UE com prazo de 72 horas para deixar o país

24/02/2021 13h47

Caracas, 24 Fev 2021 (AFP) - A Venezuela declarou persona non grata e expulsou a embaixadora da União Europeia em Caracas, dando 72 horas para que deixe o país após novas sanções do bloco contra funcionários venezuelanos, anunciou o chanceler Jorge Arreaza nesta quarta-feira (24).

"Hoje, por decisão do presidente Nicolás Maduro, entregamos nas mãos da senhora Isabel Brilhante (...) a declaração como persona non grata", disse Arreaza à imprensa após uma reunião com a diplomata em Caracas.

"Foi dado um prazo de 72 horas para abandonar o território venezuelano".

O governo de Maduro respondeu assim às sanções contra 19 funcionários, incluindo Remigio Ceballos, um dos principais líderes militares da Venezuela; Indira Alfonzo, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE); e dois congressistas.

Isso depois das eleições parlamentares de 6 de dezembro, boicotadas e classificadas como fraudulentas pelos principais partidos políticos da oposição e cujo processo não foi reconhecido pelos Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.

A votação deu ao partido no poder e seus aliados 256 dos 277 assentos no Parlamento.

Arreaza qualificou as medidas como sendo "ilegais".

"Espero que haja reflexão na União Europeia, espero que nós possamos reconstruir pontes de entendimento, diálogo, espero que aprendam a respeitar", ressaltou o ministro das Relações Exteriores.

Em 29 de julho, após outro pacote de sanções, Maduro declarou Brilhante como persona non grata e também lhe deu 72 horas para deixar a Venezuela. No entanto, quando esse prazo expirou, o governo socialista recuou, pedindo "gestos" do bloco em troca.

A Venezuela se tornou o primeiro país latino-americano a ser sancionado pela UE em 2017, que desde então aprovou medidas contra 55 funcionários venezuelanos, que incluem a proibição de viajar para o seu território e o congelamento de bens.

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