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UE defende bloqueio italiano de envio de vacinas anticovid à Austrália

Itália justificou bloqueio de envio de vacinas contra a covid-19 à Austrália devido à escassez do imunizante - Divulgação
Itália justificou bloqueio de envio de vacinas contra a covid-19 à Austrália devido à escassez do imunizante Imagem: Divulgação

05/03/2021 12h27

A União Europeia defendeu hoje a decisão italiana de bloquear o envio de vacinas da AstraZeneca contra a covid-19 para a Austrália e assegurou que o bloco continua sendo, apesar de tudo, "um grande exportador".

O governo italiano anunciou na quinta que havia bloqueado, com o consentimento da Comissão Europeia, a exportação de 250 mil doses da vacina AstraZeneca, produzida em território europeu. As autoridades italianas justificaram a medida pela "persistente escassez" de vacinas e "atrasos no fornecimento" por parte do laboratório.

Foi a primeira vez que um Estado da UE bloqueou um carregamento com base no mecanismo de controle de exportação de vacinas anticovid produzidas no bloco, criado no final de janeiro por Bruxelas e fortemente criticado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O gesto foi criticado pela imprensa australiana, embora as autoridades tenham minimizado a questão, expressando compreensão pela gravidade da pandemia na Itália, com 20.000 novos casos diários, em comparação com apenas seis casos na Austrália no mesmo dia.

A Comissão Europeia, que autorizou a recusa italiana, lembrou nesta sexta que se tratava de um caso excepcional.

"Não houve outra rejeição sob o mecanismo de controle de exportação (...) Continuamos a ser um grande exportador de vacinas", disse um porta-voz do Executivo europeu.

Entre o final de janeiro e o início de março, a UE aprovou 174 pedidos de exportação de vacinas anticovid para cerca de trinta países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, China, países da América Latina e Oriente Médio, mas também Austrália, informou.

Os países de baixa renda se beneficiam do mecanismo internacional Covax e para o qual não é necessária autorização.

Em uma entrevista com o ministro do Comércio australiano, Dan Tehan, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, insistiu sobre "deficiências sistemáticas" nas entregas da AstraZeneca para os países do bloco europeu.

O grupo sueco-britânico anunciou que no primeiro trimestre deste ano entregará à UE apenas um terço das 120 milhões de doses inicialmente prometidas.