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Família real britânica 'não é racista', afirma o príncipe William

11/03/2021 11h03

Londres, 11 Mar 2021 (AFP) - O príncipe William afirmou nesta quinta-feira (11) que a família real britânica "não é racista", depois que seu irmão Harry denunciou conversas sobre a cor da pele que teriam seus filhos com a afro-americana Meghan Markle.

"Não somos uma família racista", disse William, 38 anos, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, durante uma visita a uma escola de um bairro multirracial da zona leste de Londres.

Harry e Meghan explicaram seu distanciamento da família real britânica e seu exílio na Califórnia em uma entrevista explosiva exibida no domingo nos Estados Unidos.

A ex-atriz, de 39 anos, e seu marido, 36, sexto na linha de sucessão ao trono, citaram a insuportável pressão da imprensa, o racismo e a falta de apoio da família real como razões para sua saída da monarquia.

Mas o que deixou a entrevistadora - a estrela da televisão americana Oprah Winfrey - sem palavras foi o momento em que o casal afirmou que um membro não identificado da família real - que não foram a rainha Elizabeth II nem seu marido, o príncipe Philip - teve conversas com Harry sobre a cor da pele que teriam os seus filhos com Meghan.

As acusações provocaram um debate intenso sobre o passado colonial e o racismo no Reino Unido, iniciado há um ano com os protestos do movimento Black Lives Matter, o que levou o país a analisar sua história colonial e relação com o comércio de escravos.

Agora o tema está sob os olhares de todo o planeta, em especial nos Estados Unidos, onde o casal mora desde que abandonou a monarquia há um ano, e na Commonwealth, um conjunto multirracial de mais de 50 países nos cinco continentes unidos por seus laços históricos com a corona britânica.

A rainha Elizabeth II, 94 anos, respondeu na terça-feira e afirmou que "a família inteira está triste por saber como os últimos anos foram difíceis para Harry e Meghan".

A monarca afirmou que leva "muito a sério" as acusações de racismo e se comprometeu a abordar o assunto "em família, de modo privado", mas destacou que as "recordações podem variar" de acordo com as pessoas.

A cuidadosa escolha de palavras "sugere que a família não concorda com tudo o que falaram os duques de Sussex", destacou o jornal conservador The Daily Telegraph.

Para o especialista constitucional Robert Hazell, do University College London, o tema só "vai virar uma crise para a instituição caso as pesquisas comecem a mostrar uma queda significativa no apoio à monarquia" no Reino Unido.

acc/zm/fp