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Rebeldes huthis do Iêmen tomam posição-chave perto de Marib

19/03/2021 08h17

Dubai, 19 Mar 2021 (AFP) - Os rebeldes huthis do Iêmen assumiram o controle de uma montanha perto de Marib, o último bastião do governo no norte deste país em guerra, abrindo caminho para controlar esta localidade estratégica - disseram fontes militares à AFP nesta sexta-feira (19).

De acordo com um oficial, os rebeldes "tomaram o controle do Monte Hilan, que cerca Marib, depois de confrontos que deixaram dezenas de mortos" entre os combatentes.

Segundo outra autoridade, este avanço é "uma ameaça direta às primeiras linhas de defesa" da cidade.

Depois de seis anos de guerra, os huthis reativaram, em fevereiro, sua ofensiva na região de Marib, onde há importantes campos petroleiros.

Marib está 120 quilômetros ao leste da capital, Sanaa, controlada desde 2014 pelos huthis, assim como grande parte do norte do país.

A perda do Monte Hilan é "uma ameaça direta para as primeiras linhas de defesa de Marib", disse outro funcionário das forças leais ao governo. Segundo ele, os huthis "cortaram as linhas de abastecimento em algumas frentes" e, agora, os combates estão sendo travados ao oeste da cidade.

Marib "está em perigo", garantiram essas fontes.

Depois da tomada do Monte Hilan, a coalizão árabe liderada por Riade lançou uma dezena de ataques aéreos contra as posições dos huthis, disse outra fonte do governo.

O canal de televisão Al-Masirah, que é controlado pelos huthis, confirmou os ataques. Os rebeldes raramente informam suas baixas.

- Posição de força -A tomada da cidade por parte dos huthis seria um duro golpe para as forças governamentais e também para a Arábia Saudita. Além disso, proporcionaria aos rebeldes uma nova fonte de receita e uma posição forte na mesa de eventuais negociações.

Os rebeldes multiplicaram seus ataques contra o território saudita nessas semanas e pediram a Riade o fim do bloqueio aéreo e marítimo imposto a seu país, como precondição para qualquer cessar-fogo.

Na quinta-feira (18), o Conselho de Segurança da ONU condenou esta "escalada" em torno de Marib e alertou sobre o agravamento da já terrível situação neste país, devastado pela guerra.

A batalha de Marib "põe em grave risco um milhão de pessoas deslocadas no país e ameaça os esforços para alcançar uma solução política em um momento, em que a comunidade internacional está cada vez mais unida em seus esforços para pôr fim ao conflito", declarou o Conselho em um comunicado.

Desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca, em janeiro deste ano, os Estados Unidos tentam reativar as negociações.

Em um esforço para apaziguar os ânimos, o novo governo americano anunciou o fim de seu apoio à coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.

O conflito causou, segundo a ONU, a crise humanitária mais grave do mundo, com dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e uma população à beira da fome, denunciam organizações de direitos humanos.

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