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EUA afirmam que México, Guatemala e Honduras concordaram em fortalecer segurança nas fronteiras

12/04/2021 22h59

Washington, 13 Abr 2021 (AFP) - Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (12) que México, Guatemala e Honduras concordaram em reforçar a segurança de suas fronteiras, em meio a uma onda de migração irregular para os Estados Unidos, incluindo um número recorde de menores desacompanhados.

A assistente especial de imigração do Conselho de Política Nacional da Casa Branca, Tyler Moran, disse que os três países concordaram em aumentar o patrulhamento nas áreas de fronteira.

"Chegamos a acordos para que eles coloquem mais tropas em sua própria fronteira. México, Honduras e Guatemala concordaram em fazer isso", disse a assessora do presidente Joe Biden à rede MSNBC.

Isso evitará que os traficantes de pessoas e cartéis de drogas se aproveitem da situação e também protegerá os menores que viajam sozinhos, explicou Moran.

Ela também observou que o governo Biden trabalha com o México "para garantir sistemas de abrigo para cuidar de famílias e crianças".

A porta-voz de Biden, Jen Psaki, afirmou em coletiva de imprensa que esse "compromisso" de aumentar os controles surgiu durante recentes discussões bilaterais, mas trata-se de um problema que "existe há muito tempo".

Segundo ela, o México decidiu manter 10 mil soldados em sua fronteira sul, o que "resultou no dobro das interdições diárias de migrantes", enquanto a Guatemala enviou 1,5 mil policiais e militares para sua fronteira com Honduras, e Honduras destacou 7 mil homens.

"O objetivo é tornar a viagem (dos migrantes) mais difícil e tornar a travessia das fronteiras mais difícil", disse Psaki.

- Esclarecimentos de México e Honduras -O governo do México esclareceu que "manterá o destacamento já existente das Forças Federais em sua zona de fronteira, com o objetivo de fazer cumprir sua própria legislação migratória, a fim de dar atenção aos migrantes, principalmente menores desacompanhados, e combater o tráfico de pessoas". O governo frisou que favorece "uma migração ordenada, segura, regular e conforme os direitos humanos", e insistiu em que a única solução significativa para o fenômeno migratório é o "desenvolvimento econômico e social".

Por sua vez, o chanceler de Honduras, Lisandro Rosales, explicou que "não houve nenhum compromisso da delegação hondurenha de colocar militares na fronteira". O que existe, disse ele, é um compromisso do governo "para evitar esse tipo de migração, que gera (...) essa rota de morte e luto para a família hondurenha".

Rosales lembrou que o país têm uma força de fronteira conjunta com a Guatemala, conhecida como Maya-Chortí, "que trabalha não só na questão da migração ilegal, mas também na do tráfico e no combate ao crime organizado".

- Migração de menores de idade -Mais de 172 mil imigrantes sem documentos foram detidos em março na fronteira EUA-México, um aumento de 71% em um mês e o nível mais alto em 15 anos.

O número de menores desacompanhados aumentou 100% em um mês, para quase 19 mil, segundo os últimos dados oficiais.

Moran admitiu a crescente migração irregular para a fronteira sul, mas apontou que 60% das pessoas são rejeitadas devido às medidas de saúde pública para prevenir a propagação da pandemia de covid-19.

Ela destacou que os menores, que representam cerca de 10% dos detidos, são admitidos e o governo tenta reuni-los com seus familiares nos Estados Unidos.

"Estamos tentando transferi-los o mais rápido e com a maior segurança possível dos postos de patrulha de fronteira para as instalações de serviços humanos e de saúde e depois para os cuidados de um membro da família", explicou ela.

Entre os motivos da migração irregular, Moran apontou a violência sofrida na região "há bastante tempo" e impactos ambientais e econômicos, como os furacões Eta e Iota em novembro, que devastaram especialmente Honduras, além de uma grande seca na Guatemala.

"Este é um problema realmente complexo e já existe há muito tempo. E é por isso que não vamos consertar as coisas da noite para o dia. Mas o presidente está levando isso muito, muito a sério", afirmou Moran.

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