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Biden disposto a seguir negociações com Irã apesar das 'provocações' de Teerã

Biden continua disposto a prosseguir com as negociações junto ao Irã, apesar do anúncio feito por Teerã de que começará a enriquecer urânio a 60% - Mandel Ngan/AFP
Biden continua disposto a prosseguir com as negociações junto ao Irã, apesar do anúncio feito por Teerã de que começará a enriquecer urânio a 60% Imagem: Mandel Ngan/AFP

13/04/2021 17h25

Washington, 13 Abr 2021 (AFP) - A Casa Branca disse nesta terça-feira (13) que o país continua disposto a prosseguir com as negociações junto ao Irã, apesar do anúncio feito por Teerã de que começará a enriquecer urânio a 60%, um nível que o aproximaria de uma capacidade para uso militar.

"Certamente estamos preocupados com esses anúncios provocativos", afirmou a secretária de imprensa do presidente Joe Biden, Jen Psaki.

"Acreditamos que o caminho diplomático é o único a ser seguido neste caso e que uma discussão, mesmo que indireta, seja a melhor forma de encontrar uma solução", acrescentou.

O Irã surpreendeu muitos ao anunciar nesta terça-feira sua intenção de "começar a enriquecer urânio a 60%", um nível que o aproximaria da capacidade militar, dois dias após uma "sabotagem" de sua fábrica de enriquecimento situada em Natanz, algo que Teerã atribui a Israel.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta terça-feira ter sido notificada pelo Irã.

A República Islâmica atualmente enriquece urânio a 20% no isótopo 235, bem acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional de energia nuclear iraniano, firmado em Viena em 2015.

As negociações para salvar o acordo, que deveriam ser retomadas na quarta-feira em Viena, foram adiadas para início na quinta-feira.

Em sua entrevista coletiva diária, Psaki pediu ao P5+1 - grupo formado pelos Estados Unidos, Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia - que "rejeitasse em uníssono" o anúncio de Teerã sobre seu urânio.

Isso "ressalta a necessidade imperiosa de retornar ao respeito mútuo pelo JCPOA", a sigla para o nome oficial do acordo, continuou.

Embora as discussões tenham sido "difíceis, e esperamos que levem tempo, esperamos, e não fomos alertados sobre qualquer mudança na participação prevista nas reuniões que serão retomadas no final desta semana", anunciou Psaki.

O retorno ao cumprimento do acordo de 2015 "assim como o processo diplomático que foi retomado em Viena esta semana, continua sendo a melhor maneira de limitar o programa nuclear do Irã", informou um funcionário do Departamento de Estado.