Ucrânia replica e expulsa diplomata russo
A Ucrânia anunciou hoje a expulsão de um diplomata russo, que foi declarado "persona non grata", em resposta à expulsão de um cônsul ucraniano, em meio a um aumento das tensões com Moscou.
"O ministério das Relações Exteriores enviou hoje uma nota declarando 'persona non grata' um conselheiro da embaixada russa em Kiev", informou à AFP o porta-voz do ministério, Oleg Nikolenko.
"Ele terá 72 horas para deixar o território do nosso país", acrescentou.
No sábado (17), a Rússia anunciou a expulsão de um cônsul ucraniano em São Petersburgo, detido brevemente pelos serviços de segurança (FSB), que acusaram o diplomata de ter tentado obter informações secretas.
Kiev protestou contra essa "detenção ilegal" e "negou completamente" a veracidade das acusações contra o cônsul Alexander Sosonyuk.
Em um comunicado, o ministério russo das Relações Exteriores anunciou que convocou o encarregado de negócios ucraniano na Rússia, Vasili Pokotilo, para protestar contra as "atividades ilegais" de Sosonyuk, "incompatíveis com o status de funcionário consular".
Moscou deixou claro que a presença do diplomata em território russo "não era mais bem-vinda" e "recomendou que abandone suas fronteiras em 72 horas".
Este incidente ocorre num momento em que a Rússia posiciona dezenas de milhares de soldados em sua fronteira com a Ucrânia, para "exercícios militares" devido às ações "ameaçadoras" da Otan, à qual Kiev pretende aderir.
A Ucrânia, por sua vez, disse temer uma invasão da Rússia e pediu ajuda ao Ocidente.
A União Europeia (UE) expressou hoje que temia um incidente após o destacamento de 150 mil soldados russos, "o maior já registrado" até agora em suas fronteiras com a Ucrânia e na Crimeia.
"É preocupante. Não estamos isentos de um incidente", considerou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
"Este reforço militar deve cessar e pedimos à Rússia que inicie uma desescalada", insistiu.
Um soldado ucraniano morreu e outro foi hospitalizado após ser atingido por fragmentos de estilhaços no domingo, quando separatistas pró-russos atiraram granadas contra posições ucranianas, informou o Exército ucraniano em um comunicado nesta segunda-feira.
Os novos incidentes acontecem momentos antes das negociações de paz agendadas para esta segunda-feira à noite, entre assessores dos chefes de Estado da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França.
A Ucrânia reportou a morte de trinta soldados no front até agora este ano, contra 50 em todo o ano de 2020. Os separatistas, por sua vez, anunciaram que cerca de vinte de seus combatentes foram mortos desde janeiro.
A guerra no leste do país já causou mais de 13.000 mortes e quase 1,5 milhão de deslocados, desde seu desencadeamento há sete anos, após a anexação por Moscou da península da Crimeia.
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