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Índia registra recorde de infecções por covid-19 e Argentina, de mortes

23/04/2021 11h11

Nova Délhi, 23 Abr 2021 (AFP) - A Índia registrou outro recorde diário de infecções por covid-19 e a Argentina contabilizou um número sem precedentes de mortes, um agravamento da crise sanitária que se traduziu no Japão nesta sexta-feira(23) em um novo estado de emergência três meses antes dos Jogos Olímpicos.

Nas últimas 24 horas, ocorreram 330.000 novos casos de covid-19 e 2.000 mortes na Índia, cujo sistema de saúde desatualizado, sem investimento há anos, sofre com a falta de medicamentos e oxigênio medicinal.

O país registrou quase quatro milhões de casos até agora neste mês e os hospitais da capital, Nova Delhi, estão repetindo pedidos de ajuda para fornecer mais oxigênio.

"SOS - Menos de uma hora de suprimento de oxigênio no Max Smart Hospital e Max Hospital Saket. Esperamos novos suprimentos (...) Mais de 700 pacientes internados precisam de assistência imediata", tuitou nesta sexta-feira a Max Healthcare, uma das maiores redes de hospitais privados.

A Índia registrou mais de 16 milhões de casos de covid-19 e 187.000 mortes, embora em proporção à sua população (1,3 bilhão de pessoas), o balanço se mantenha inferior ao de muitos outros países.

O Brasil, com 212 milhões de habitantes, registrou 383.502 falecidos, o dobro da Índia.

Em termos absolutos, o país com mais mortes por covid-19 são os Estados Unidos, com 570.346 óbitos.

O aparecimento da variante indiana representa uma nova ameaça relacionada à pandemia e países como o Canadá, a França e os Emirados Árabes endureceram seus controles a viajantes indianos ou suspenderam suas conexões aéreas com a Índia.

As autoridades sanitárias belgas informaram nesta quinta a detecção pela primeira vez na Bélgica de casos da variante indiana, que contém duas mutações potencialmente preocupantes.

- Recordes na Colômbia e Argentina -Em todo o mundo, o coronavírus matou 3.073.969 pessoas e infectou 114,6 milhões, de acordo com um balanço da AFP elaborarado nesta sexta-feira a partir de números oficiais.

Na América Latina e no Caribe, onde a covid-19 deixou 883.098 mortes, a pandemia também está batendo recordes.

Com 537 mortes, a Argentina registrou nesta quinta-feira o maior número de mortes por covid-19 em um único dia, segundo o Ministério da Saúde e o saldo já chega a 60.620 mortes.

"O sistema de saúde está saturado e estamos muito próximos do colapso", disse Nicolás Kreplak, vice-ministro da Saúde da província de Buenos Aires, a mais populosa com quase 40% dos habitantes da Argentina.

A Colômbia (50 milhões de habitantes) também registrou um recorde de mortes nesta quinta-feira (430), o que elevou o saldo total para 70.026 óbitos no país, segundo o Ministério da Saúde.

Em Bogotá, Medellín e outras capitais, o sistema de saúde está sob pressão máxima e o governo ordenou toques de recolher noturnos e restrições à mobilidade, entre outras medidas.

Como no resto do mundo, profissionais de saúde no Brasil precisam se fortalecer todos os dias para lidar com a tragédia.

"Geralmente pegamos pacientes chorando. Preocupados. A maioria acha que vai morrer", diz Carlos Marques, 52 anos, motorista de ambulância de São Paulo, estado onde a doença já matou mais de 90 mil pessoas.

Além de dirigir, ele ajuda duas enfermeiras com quem divide o turno a transportar pacientes, se necessário. "No final das contas, isso nos emociona, porque estamos ao lado deles, presenciando seu sofrimento", afirma.

- Vacinação lenta -Na Ásia, o governo japonês decidiu decretar um novo estado de emergência nas regiões de Tóquio, Kyoto, Osaka e Hyogo de domingo até 11 de maio, para conter a epidemia, agravada por novas variantes do vírus, a três meses dos Jogos Olímpicos.

Mesmo assim, as autoridades garantiram que essas medidas não impactarão a organização do evento.

No arquipélago japonês, a vacinação é lenta e menos de 0,7% da população já foi vacinada, segundo dados oficiais, devido a entraves burocráticos e prudência médica, segundo especialistas.

Na Europa, a vacinação também avança lentamente, mas a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta sexta-feira que, até o final de julho, os países do bloco terão doses suficientes para imunizar 70% da população adulta, uma meta que havia sido definida para meados de setembro.

"Estou confiante de que teremos doses suficientes para vacinar 70% dos adultos europeus até o mês de julho", disse Von der Leyen durante uma visita a uma fábrica de vacinas da Pfizer / BioNTech.

Enquanto isso, na Rússia, o presidente Vladimir Putin anunciou que decretará dez dias não úteis no final de maio para enfrentar a pandemia.

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