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Ucrânia recorda o 35º aniversário da catástrofe de Chernobyl

25.abr.2021 - Homem segura vela em homenagem às vítimas de Chernobyl em Slavutych, cidade onde trabalhadores da usina moravam - Sergei Supinsky/AFP
25.abr.2021 - Homem segura vela em homenagem às vítimas de Chernobyl em Slavutych, cidade onde trabalhadores da usina moravam Imagem: Sergei Supinsky/AFP

Em Kiev

26/04/2021 06h50

A Ucrânia recorda hoje o pior acidente nuclear da história, ocorrido em Chernobyl há 35 anos, que contaminou boa parte da Europa, mas cuja fábrica atrai atualmente turistas de todo o mundo e que busca sua inscrição como patrimônio da Unesco.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, deve visitar hoje a zona de exclusão de 30 quilômetros ao redor da central nuclear.

Em 26 de abril de 1986, às 1h23, o reator número 4 da central de Chernobyl, situado a 100 quilômetros de Kiev, explodiu durante um teste de segurança.

Durante 10 dias, o combustível nuclear queimou e liberou na atmosfera elementos radioativos que contaminaram, segundo algumas estimativas, até 75% da Europa, especialmente as então repúblicas soviéticas da Ucrânia, Belarus e Rússia.

As autoridades soviéticas tentaram esconder o acidente. O líder da URSS na época, Mikhail Gorbachev, não falou publicamente sobre a questão até 14 de maio.

Um total de 116 mil pessoas foram retiradas em 1986 dos arredores da central, que permanecem atualmente praticamente inabitados. Nos anos posteriores, outros 230 mil moradores deixaram a zona.

Durante quatro anos, quase 600 mil pessoas foram enviadas ao local do desastre com pouca ou nenhuma proteção para controlar o incêndio, isolar o reator com uma cobertura de concreto e limpar os arredores.

O balanço de vítimas da catástrofe continua sendo objeto de debate. O comitê científico da ONU (Unscear) reconhece oficialmente apenas 30 mortes entre os operários e bombeiros que faleceram vítimas da radiação após a explosão.

Em 2006, a ONG Greenpeace calculou em quase 100 mil o número de mortes provocadas pelos efeitos radioativos da catástrofe nuclear.

A central de Chernobyl manteve a produção de energia elétrica até dezembro de 2000, quando a pressão dos países ocidentais resultou na paralisação do último reator operacional.

Após anos de adiamento, no final de 2016 foi instalado um arco gigante de aço sobre o reator danificado, estrutura que cobriu o "sarcófago" de concreto, rachado e instável, e que deve garantir a segurança pelos próximos 100 anos.

Embora as autoridades afirmem que os humanos não poderão viver na região de forma segura por pelo menos 24 mil anos, o local atrai cada vez mais turistas à procura de emoção e Kiev deseja sua inclusão na lista de Patrimônio Mundial da Unesco.