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Polícia israelense mata dois palestinos que atacaram posto militar na Cisjordânia

07/05/2021 14h41

Ramallah, Territórios palestinos, 7 Mai 2021 (AFP) - A polícia israelense matou dois palestinos e feriu gravemente um terceiro nesta sexta-feira (7), depois que abriram fogo contra um posto de controle militar no norte da Cisjordânia.

"Três terroristas atiraram na direção da base dos guardas de fronteira em Salem", uma localidade palestina próxima à cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, ocupada por Israel, disse a polícia em um comunicado.

As forças de segurança responderam com armas de fogo, de acordo com esta mesma fonte. Dois dos três agressores foram mortos, segundo fontes médicas. O terceiro foi internado em um hospital israelense em "estado crítico", relatou a polícia.

A identidade dos agressores não foi revelada, nem pelas autoridades israelenses, nem pelo Ministério da Saúde palestino, que confirmou a morte de dois "cidadãos".

Este incidente ocorre em um contexto de tensões em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967.

Na quarta-feira (5), um jovem israelense baleado por um palestino dias antes na Cisjordânia não resistiu aos ferimentos e faleceu. Neste mesmo dia, um adolescente palestino de 16 anos foi morto a tiros pelo Exército israelense, segundo fontes palestinas.

Há dias, manifestações vêm ocorrendo em Jerusalém Oriental contra a possível expulsão de famílias palestinas do setor leste da Cidade Santa, ocupada e anexada por Israel.

Na madrugada desta sexta, 15 palestinos foram presos em Jerusalém, após confrontos entre as forças de segurança israelenses e manifestantes.

Horas depois, cem palestinos voltaram às ruas no bairro Shaykh Jarrah, o que levou a uma nova intervenção da polícia, que usou bombas de efeito moral, segundo jornalistas da AFP.

O ataque desta sexta-feira também coincidiu com o "Dia de Al-Quds (Jerusalém em árabe)", realizado todos os anos nos países da região e principalmente no Irã, um inimigo jurado de Israel, em apoio ao povo palestino.

A disputa em Sheikh Jarrah gira em torno da propriedade de um terreno onde várias casas foram construídas, no qual vivem quatro famílias palestinas.

O tribunal distrital de Jerusalém decidiu no início deste ano em favor das famílias judias que reivindicam a propriedade da terra.

Segundo a lei israelense, se os judeus puderem provar que sua família vivia em Jerusalém Oriental antes da guerra árabe-israelense de 1948, eles podem pedir que seus "direitos de propriedade" sejam restaurados - uma legislação que os palestinos contestam.

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