EUA enviará emissário para promover desescalada entre israelenses e palestinos
Washington, Estados Unidos, 12 Mai 2021 (AFP) - Os Estados Unidos enviarão um enviado ao Oriente Médio para exortar israelenses e palestinos a "diminuir a escalada" após a série de ataques e confrontos nos últimos dias, informou nesta quarta-feira (12) o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
Hady Amr, alto funcionário do Departamento de Estado encarregado dos assuntos israelenses e palestinos, será responsável por instar, "em nome do presidente Joe Biden, a uma redução da violência", anunciou Blinken a repórteres.
O secretário de Estado voltou a condenar os disparos de foguetes do movimento islamita Hamas contra Israel "com a maior firmeza", mas também considerou que "qualquer morte de civis" é "uma tragédia".
"Acho que Israel tem um dever adicional de tentar fazer todo o possível para evitar baixas de civis, mesmo que tenha o direito de defender seu povo", declarou Blinken, observando que as imagens de crianças palestinas mortas eram "comoventes".
Mas Blinken enfatizou que havia uma "distinção muito clara e nítida entre uma organização terrorista, o Hamas, que está disparando foguetes indiscriminadamente - visando civis, na verdade - e a resposta de Israel que está se defendendo".
Mais tarde, o Departamento de Estado disse em um comunicado que Blinken conversou por telefone com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, pedindo esforços para "acabar com a violência".
"O Secretário de Estado reiterou seu apelo a todas as partes para reduzir as tensões e pôr fim à violência", disse a nota para limitar que também "enfatizou a necessidade de israelenses e palestinos viverem com segurança" e "desfrutar de liberdade, segurança, prosperidade e democracia igualmente".
Em recentes interações de alto nível, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ligou para seu homólogo israelense, Benny Gantz, e expressou seu apoio ao "direito legítimo de Israel de defender a si mesmo e a seu povo", enquanto instava a tomar medidas para restaurar a calma, disse o Pentágono.
Um alto funcionário dos EUA disse separadamente que espera mais contatos de alto nível, inclusive com a Jordânia e o Egito, embora Washington não fale com o movimento Hamas, que considera um grupo terrorista.
O governo do presidente Joe Biden já havia apelado ao seu tradicional aliado Israel para adiar um polêmico desfile em Jerusalém e impedir os despejos de palestinos na parte oriental ocupada e anexada da Cidade Santa, o ponto de gatilho imediato para o novo ciclo de violência.
Tomando um tom mais claro da administração pró-Israel de seu predecessor republicano Donald Trump, Blinken renovou o apoio dos EUA para a eventual criação de um estado palestino independente.
"O mais importante agora é que todas as partes parem a violência e se envolvam na redução da escalada", insistiu.
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