Topo

Esse conteúdo é antigo

Menor comete suicídio após suposta agressão policial durante protestos na Colômbia

14/05/2021 16h47

Bogotá, 14 Mai 2021 (AFP) - Uma jovem de 17 anos cometeu suicídio após ser arrastada e supostamente apalpada por policiais que dispersavam um protesto na Colômbia, denunciou uma rede independente de direitos humanos, desencadeando novas manifestações contra a força pública.

Na noite de quarta-feira, a menor foi levada à promotoria por agentes que enfrentavam manifestantes na cidade de Popayán, no sudoeste do país. Em um vídeo que viralizou, a jovem aparece gritando enquanto suas mãos e pés são imobilizados e ela é carregada para o local.

De acordo com a Comissão de Direitos Humanos e Garantias, que acompanha os protestos que pressionam o governo há duas semanas, a menor disse que "a espancaram" e que tinha "lacerações nas mãos". No vídeo, a jovem grita "me solta que você está me despindo, seu idiota".

Na quinta-feira, a menina suicidou-se "enquanto estava sozinha em casa". Antes de tirar a própria vida, ela disse à avó "que seu estômago doía e ela tinha sido apalpada", acrescentou a organização.

No comunicado, a rede de direitos humanos também cita uma publicação supostamente escrita pela menor na qual denuncia que ela foi detida por algumas horas por registrar o confronto entre policiais e manifestantes. "Eles baixaram minhas calças e me apalparam até a alma", diz ela.

Dezenas de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira em frente à sede da polícia em Popayán em repúdio ao suposto ataque.

A polícia, que negou os abusos durante a detenção, anunciou a suspensão de quatro agentes envolvidos no caso, para que "possam assumir diretamente sua defesa", disse o general Ricardo Alarcón.

Em 16 dias de protestos, 42 pessoas morreram, 41 civis e um agente, segundo a Defensoria.

O Ministério da Defesa, responsável pela polícia, contabiliza mais de 1.500 feridos entre manifestantes e agentes.

A Colômbia vive uma crise social devido ao agravamento da pandemia e à repressão aos protestos contra o governo, que tenta amenizar o descontentamento por meio de negociações com os organizadores que exigem um Estado mais solidário e uma sociedade menos desigual.

dl/vel/gma/jc/mvv