Menor comete suicídio após suposta agressão policial durante protestos na Colômbia
Bogotá, 14 Mai 2021 (AFP) - Uma jovem de 17 anos cometeu suicídio após ser arrastada e supostamente apalpada por policiais que dispersavam um protesto na Colômbia, denunciou uma rede independente de direitos humanos, desencadeando novas manifestações contra a força pública.
Na noite de quarta-feira, a menor foi levada à promotoria por agentes que enfrentavam manifestantes na cidade de Popayán, no sudoeste do país. Em um vídeo que viralizou, a jovem aparece gritando enquanto suas mãos e pés são imobilizados e ela é carregada para o local.
De acordo com a Comissão de Direitos Humanos e Garantias, que acompanha os protestos que pressionam o governo há duas semanas, a menor disse que "a espancaram" e que tinha "lacerações nas mãos". No vídeo, a jovem grita "me solta que você está me despindo, seu idiota".
Na quinta-feira, a menina suicidou-se "enquanto estava sozinha em casa". Antes de tirar a própria vida, ela disse à avó "que seu estômago doía e ela tinha sido apalpada", acrescentou a organização.
No comunicado, a rede de direitos humanos também cita uma publicação supostamente escrita pela menor na qual denuncia que ela foi detida por algumas horas por registrar o confronto entre policiais e manifestantes. "Eles baixaram minhas calças e me apalparam até a alma", diz ela.
Dezenas de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira em frente à sede da polícia em Popayán em repúdio ao suposto ataque.
A polícia, que negou os abusos durante a detenção, anunciou a suspensão de quatro agentes envolvidos no caso, para que "possam assumir diretamente sua defesa", disse o general Ricardo Alarcón.
Em 16 dias de protestos, 42 pessoas morreram, 41 civis e um agente, segundo a Defensoria.
O Ministério da Defesa, responsável pela polícia, contabiliza mais de 1.500 feridos entre manifestantes e agentes.
A Colômbia vive uma crise social devido ao agravamento da pandemia e à repressão aos protestos contra o governo, que tenta amenizar o descontentamento por meio de negociações com os organizadores que exigem um Estado mais solidário e uma sociedade menos desigual.
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