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Colômbia garante que responsáveis por mortes nos protestos serão levados à Justiça

15/06/2021 16h01

Madri, 15 Jun 2021 (AFP) - Os responsáveis dos 21 homicídios ocorridos durante os protestos contra o governo na Colômbia responderão na Justiça, sejam das forças de segurança ou civis, garantiu nesta terça-feira (15) a vice-presidente e chanceler colombiana, Marta Lucía Ramírez.

"Tem que haver responsáveis por essas 21 mortes, seja quem for, se for da força pública ou se for um civil que causou essas mortes, tem que ter sua responsabilidade criminal", afirmou Ramírez em um evento em Madri, onde está de visita.

"Há investigações em cada caso feitas pelo Ministério Público para determinar se foram causadas pela força pública, ou se foram causadas pelo vandalismo" durante os protestos, que começaram em 28 de abril. O governo considera que as manifestações foram invadidas "por grupos minoritários infiltrados" que buscam causar "destruição".

O protesto começou contra um projeto para aumentar impostos à classe média, que foi arquivado devido à pressão nas ruas. No entanto, a repressão policial reacendeu a chama até se transformar em uma crise social sem precedentes.

A chanceler colombiana disse que quatro policiais já estão sendo investigados, "incriminados por participação na morte de algumas pessoas".

O Ministério Público também identificou mais casos em "que pode ter ocorrido esse abuso de autoridade e essa violação dos direitos humanos, e esses são os policiais que hoje estão sendo investigados".

Nesta terça-feira à tarde, Ramírez se reuniu com a ministra espanhola das Relações Exteriores, Arancha González Laya, que se interessou "pelos processos em andamento nas instituições colombianas para esclarecer os atos violentos registrados nos protestos", disse um comunicado do ministério em Madri.

Além disso, "González Laya se interessou pelas perspectivas de diálogo entre o governo e os setores sociais que protagonizam os protestos", acrescentou o texto.

Enquanto o MP colombiano relata 21 homicídios, ao menos 61 pessoas morreram desde o início dos protestos, segundo autoridades e a Defensoria Pública.

Esta última instituição entregou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos mais de 500 denúncias sobre violações dos direitos humanos.

O governo do presidente Iván Duque aposta em "continuar estabilizando o país", em um momento em que "felizmente boa parte dos bloqueios" de estradas já se reduziu, afirmou a vice-presidente colombiana.

Sua visita a Madri ocorre após sua passagem por Genebra, onde se encontrou com a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e com o diretor-genal da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom.

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