Londres pede que UE adie medidas para Irlanda do Norte; Johnson ameaça agir sozinho
Londres, 16 Jun 2021 (AFP) - O governo britânico se reserva o direito de agir unilateralmente no conflito com a União Europeia, nomeado pela imprensa de "guerra das salsichas", em meio às tensões pós-Brexit, disse o primeiro-ministro Boris Johnson.
"A menos que vejamos avanços na aplicação do protocolo, que para mim é desproporcional em sua forma atual, teremos que tomar as medidas necessárias", afirmou ele na sessão semanal de perguntas dos deputados ao governo.
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O governo britânico está especialmente preocupado com a entrada em vigor, em julho, do regulamento que impede o envio de carne refrigerada para a Irlanda do Norte, na denominada "guerra das salsichas".
Em vigor desde 1º de janeiro, o protocolo para a Irlanda do Norte, negociado como uma parte do acordo do Brexit, mantém 'de fato' esta província britânica no mercado único e a união aduaneira europeia de mercadorias, prevendo controles alfandegários sobre as mercadorias que chegam lá vindas da Grã-Bretanha.
O objetivo é evitar controles entre a província e a República da Irlanda no sul, e com isso contornar o restabelecimento de uma fronteira formal entre os dois territórios, o que poderia comprometer a paz na Irlanda do Norte, depois de três décadas de violência.
Essas medidas, por outro lado, perturbam o comércio e indignam os unionistas, que defendem manter a província dentro do Reino Unido.
No dia anterior, o ministro para o Brexit, David Frost, disse que foi "solicitado e sugerido à UE que a melhor forma de poder avançar seria aprovar uma extensão do período de carência, ao menos por um período". Isso deve permitir que "as discussões atuais prossigam e tentem encontrar soluções".
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