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Putin diz que opositor Navalny sabia que 'violava a lei'

16/06/2021 14h26

Genebra, 16 Jun 2021 (AFP) - O opositor russo Alexei Navalny "sabia que estava infringindo a lei" ao não respeitar as condições de uma suspensão de pena quando foi tratado na Alemanha por envenenamento, declarou nesta quarta-feira (16) o presidente russo, Vladimir Putin.

"Este homem sabia que estava violando a lei em vigor na Rússia", disse Putin a repórteres depois de se encontrar com o presidente americano Joe Biden em Genebra, referindo-se a uma sentença de prisão que forçava Navalny a comparecer regularmente aos serviços penitenciários.

Navalny foi transferido em coma para um hospital de Berlim em agosto, após sofrer um envenenamento na Rússia, do qual ele acusa o Kremlin.

Ele passou quase seis meses se recuperando na Alemanha e foi preso ao retornar à Rússia em janeiro, com as autoridades culpando-o por não ter comparecido como deveria.

Como resultado, sua pena suspensa em um caso de fraude que data de 2014 foi comutada para uma pena de prisão.

"Conscientemente, ignorando a lei, ele foi buscar tratamento no exterior", continuou Putin: "Ele fez o que queria".

"Ele fez isso em sã consciência para ser preso", martelou.

Em relação ao Fundo Anticorrupção de Alexei Navalny (FBK), recentemente declarado "extremista" e banido de participar das eleições legislativas de setembro, Putin considerou que "convocou publicamente a agitação em massa, envolveu menores (...) e indicou publicamente como fazer coquetéis molotov".

Questionado sobre as designações sob o status de "agentes estrangeiros" que se sucedem em relação a meios de comunicação independentes ou ONGs, Putin considerou que essas organizações eram apoiadas pelos Estados Unidos, que segundo ele consideram a Rússia como um "inimigo e adversário".

"Se a Rússia é o inimigo, quais organizações os Estados Unidos apoiarão? Aquelas que criam obstáculos", disse ele.

Putin, que regularmente acusa Washington de "dois pesos duas medidas" em termos de respeito pelos direitos humanos, falou sobre o destino dos partidários de Donald Trump presos durante o ataque ao Capitólio em janeiro.

Ele também citou o caso da prisão de Guantánamo para prisioneiros por terrorismo: "Isso é direitos humanos?", perguntou.

mp-tbm/alf/lpt/mr