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Violência contra crianças nos países em conflito aumentou em 2020, diz ONU

Violência contra as crianças nos países devastados pela guerra disparou em 2020, agravada pela pandemia de covid-19, diz ONU - Getty Images
Violência contra as crianças nos países devastados pela guerra disparou em 2020, agravada pela pandemia de covid-19, diz ONU Imagem: Getty Images

21/06/2021 15h21Atualizada em 21/06/2021 16h32

A violência contra as crianças nos países devastados pela guerra disparou em 2020, agravada pela pandemia de covid-19, segundo um relatório anual da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado nesta segunda-feira (21).

Os sequestros de crianças aumentaram em 90%, enquanto os estupros e os abusos sexuais aumentaram 70% em comparação com o ano anterior, segundo o relatório, assinado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

"O número global de agressões graves continua preocupantemente alto, com 26.425", diz o relatório.

Virginia Gamba, representante especial da ONU para as crianças e os conflitos armados, disse que "as guerras dos adultos voltaram a arrebatar a infância de milhões de meninos e meninas em 2020".

O relatório constatou que a pandemia "aumentou a vulnerabilidade das crianças ao sequestro, ao recrutamento, à violência sexual e aos ataques contra as escolas e os hospitais".

Afeganistão, Síria, Iêmen e Somália foram os lugares mais perigosos para as crianças em 2020, segundo o relatório.

Os grupos de direitos humanos criticaram Guterres por não incluir Israel e a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen na sua lista de criminosos.

Jo Becker, diretora de defesa dos direitos das crianças na Human Rights Watch, disse que Guterres estava "deixando livres as partes na guerra envolvidas na morte e mutilação de crianças".

A coalizão de ONGs chamada Watchlist on Children and Armed Conflict também criticou Guterres por omitir a coalizão liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos no Iêmen, afirmando que a própria ONU os acusou de matar e ferir 194 crianças no Iêmen no ano passado.

"A decisão do secretário-geral de eliminar a coalizão liderada pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos de sua lista da vergonha no ano passado enviou uma mensagem clara de que as partes podem se safar matando crianças", disse a diretora Adrianne Lapar.