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Conflito no Iêmen deixa 90 mortos em dois dias

22/06/2021 16h41

Dubai, 22 Jun 2021 (AFP) - Novos combates entre as forças do governo e rebeldes huthis na província de Marib, no norte do Iêmen, causaram 90 mortes nos últimos dois dias, informaram fontes militares leais ao governo à AFP nesta terça-feira (22).

Os huthis, apoiados pelo Irã, lançaram uma ofensiva em fevereiro para tentar tomar o último bastião do poder governamental no norte do país, em guerra há seis anos.

O norte do Iêmen, que vive uma grave crise humanitária decorrente do conflito, está em grande parte nas mãos dos rebeldes, que também controlam sua capital, Sanaa.

Forças pró-governo frustraram os ataques huthis em várias frentes ao norte da cidade de Marib, capital da província de mesmo nome, depois de conflitos que causaram 63 mortes entre os rebeldes e de 27 partidários do governo, indicaram fontes militares deste último lado.

A situação em Marib, uma área rica em petróleo, acalmou-se nas últimas semanas por causa das manobras diplomáticas da ONU e dos Estados Unidos para que se pudesse alcançar um cessar-fogo. Os ataques rebeldes, porém, tornaram-se "mais frequentes" nos últimos dias, informou um funcionário do governo, apoiado por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita sunita, vizinha do Iêmen e grande rival regional do Irã, xiita.

No último sábado, 47 pessoas foram mortas nesse conflito, segundo fontes pró-governo. Os rebeldes geralmente não relatam as baixas sofridas.

Desde 2014, a guerra no Iêmen já matou dezenas de milhares de pessoas, de acordo com várias organizações humanitárias. Mais de dois terços dos 30 milhões de pessoas dependem de ajuda internacional, atingidos pelo que a ONU chamou de pior crise humanitária da atualidade no mundo.

O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan, declarou em entrevista coletiva em Viena nesta terça-feira que seu país gostaria de "parar a guerra e seguir um caminho político", e lamentou que os huthis não tenham aceitado a oferta de cessar-fogo. Esses últimos, por sua vez, condicionam o fim das hostilidades à suspensão do bloqueio aéreo e marítimo que a Arábia Saudita impõe ao país.

Na semana passada, o emissário da ONU no Iêmen, Martin Griffiths, reconheceu o fracasso dos esforços diplomáticos para dar fim à guerra depois de uma missão de três anos.

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