Primeiro-ministro do Haiti apela à unidade diante da deriva do país
Porto Príncipe, 20 Jul 2021 (AFP) - O novo primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, fez um apelo à unidade nacional para evitar o "abismo", horas antes de anunciar a formação de seu novo governo.
Henry, de 71 anos, é o sétimo primeiro-ministro nomeado pelo presidente Jovenel Moise, assassinado por um comando armado em 7 de julho.
A cerimônia de posse de seu gabinete está prevista para as 15h00 horas desta terça-feira (16h00 no horário de Brasília) em Porto Príncipe, cuja formação foi divulgada no Diário Oficial da República do Haiti.
O novo governo é formado por 18 ministros, entre eles cinco mulheres. Além do cargo de primeiro-ministro, Henry assumirá o de ministro de Assuntos Sociais e Trabalho.
Claude Joseph, primeiro-ministro interino no momento do assassinato do presidente e que posteriormente deu sinais de querer se manter no poder, conserva o Ministério das Relações Exteriores e Cultos.
O cabo de guerra entre Joseph e Henry pela liderança do Executivo termiou no fim de semana, após a pressão conjunta dos embaixadores de vários países, entre eles França e Estados Unidos, assim como de emissários da OEA e da ONU.
Henry, ex-cirurgião que foi várias vezes ministro, prometeu trabalhar pelo "consenso" no país caribenho, assolado pela pobreza, insegurança e pela corrupção.
Em um discurso transmitido na televisão na segunda-feira à noite, Henry disse querer "lançar um apelo solene à unidade nacional, à união de nossas forças e à cooperação de todos, para frear esta corrida do país para o abismo, para subir a encosta e proteger o nosso país dos múltiplos perigos que o ameaçam".
Segundo o novo primeiro-ministro, "a própria existência da nação" do Haiti está atualmente "em perigo".
Quando ao assassinato de Moise, cujo funeral nacional será na sexta-feira, Henry prometeu que "os culpados e seus patrocinadores responderão pelos seus atos na Justiça haitiana".
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