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México propõe a criação de um órgão de integração regional para substituir a OEA

24/07/2021 21h23

México, 25 Jul 2021 (AFP) - O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, propôs neste sábado (24) a criação de novo um órgão de integração para a América Latina, em substituição à Organização dos Estados Americanos (OEA).

"A proposta é, nem mais, nem menos, que construir algo semelhante à União Européia, mas apegado à nossa história, nossa realidade e nossas identidades", disse López Obrador durante encontro de chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

A reunião da Celac, da qual o México é presidente pro tempore, visa encontrar mecanismos para a aquisição de vacinas anticovid-19 para a região.

Mas o presidente esquerdista aproveitou para pedir a substituição da OEA, cujo secretário-geral, o uruguaio Luis Almagro, criticou duramente sua gestão, que considera "uma das piores" da história da organização.

"Nesse espírito, não deve ser descartada a substituição da OEA por um órgão verdadeiramente autônomo, que não seja lacaio de ninguém, mas mediador, a pedido e aceitação das partes em conflito", disse López Obrador, sem dar detalhes sobre sua proposta.

"Esta é uma questão complexa, que requer uma nova visão política e econômica", disse o presidente, mas disse que "é uma grande tarefa para bons diplomatas e políticos" na América Latina.

A proposta do presidente mexicano surge em meio à rejeição de Cuba às sanções anunciadas nesta quinta-feira pelos Estados Unidos, entre outras, contra altos funcionários cubanos pela "repressão" às recentes manifestações populares na ilha.

"Washington nunca deixou de realizar operações abertas ou encobertas contra os países independentes localizados ao sul do Rio Bravo", disse o presidente durante a reunião diplomática, na qual foi lembrado o 238º aniversário do libertador da América, Simón Bolívar.

"Cuba, o país que há mais de meio século afirma sua independência, enfrentando politicamente os Estados Unidos (...) tendo resistido 62 anos sem submissão, é uma façanha e tanto", disse López Obrador.

Depois dos protestos de 11 e 12 de julho, o presidente mexicano se manifestou contra qualquer forma de "intervencionismo" na crise cubana e se ofereceu para enviar ajuda humanitária ao país.

O México enviará dois navios com suprimentos médicos, alimentos e gasolina a Cuba neste domingo.

nc/mr/ap