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Igreja salvadorenha pede mais policiais no lugar de militares

25/07/2021 17h54

San Salvador, 25 Jul 2021 (AFP) - O arcebispo de San Salvador, José Luis Escobar, exigiu neste domingo (25) o aumento do número de policiais no país, ao invés de dobrar as tropas do Exército, conforme anunciado há uma semana pelo presidente Nayib Bukele, para combater a violência das gangues.

"Sugiro que, ao invés de aumentar o número de soldados, seria melhor que aumentasse o número de policiais", declarou Escobar em coletiva de imprensa, após celebrar a missa de domingo na catedral central da capital.

Bukele anunciou na última segunda-feira que aumentará o número de militares de 20.202 para 40 mil para que, junto com a polícia, empreendam uma nova estratégia de neutralização das gangues.

"As Forças Armadas terão 40 mil elementos, somado ao que terá a PNC (Polícia Nacional Civil), haverá uma pessoa dando segurança para cada membro de gangue. Portanto, vamos vencer essa guerra contra as gangues com medidas corajosas", destacou Bukele ao juramentar 1.046 novos soldados.

O novo contingente se junta aos 9.825 militares que acompanham a Polícia em tarefas de segurança pública do Plano de Controle Territorial que, desde junho de 2019, visa conter as quadrilhas.

O arcebispo reconheceu neste domingo que o fenômeno das gangues deve ser "acabado", mas insistiu: "Não vejo por que são as Forças Armadas que têm que aumentar (...) na minha opinião seria a polícia".

Escobar argumentou que a função do exército é defender o território nacional, mas não a segurança pública.

Em El Salvador, as gangues Mara Salvatrucha e Barrio 18, entre outras, têm cerca de 70.000 membros - mais de 16.000 deles presos - e operam cometendo homicídios, extorsão, tráfico de drogas e outras atividades ilegais.

Com um território de 20.742 km2 e 6,7 milhões de habitantes, El Salvador fechou 2020 com 1.322 homicídios, o que significou uma média de 20 mortes por 100.000 habitantes. A maioria desses crimes é atribuída a gangues.

cmm/yo/ap