Blinken faz crítica velada à Índia por retrocesso da democracia
Nova Délhi, 28 Jul 2021 (AFP) - O secretário de Estado americano, Antony Blinken, iniciou sua visita à Índia, nesta quarta-feira (28), com uma advertência sobre o risco de "regressão democrática", em um momento em que Washington passa a contar mais do que nunca com este aliado-chave no Afeganistão e frente à China.
"A relação entre os nossos dois países é uma das mais importantes do mundo", afirmou.
Em sua primeira visita à Índia como secretário de Estado, Blinken se reuniu com o ministro indiano das Relações Exteriores, Subrahmanyam Jaishankar, antes de um encontro previsto para acontecer com o primeiro-ministro Narendra Modi. À noite, segue para o Kuwait.
Simbolicamente, o secretário começou sua jornada com uma mesa-redonda com representantes da sociedade civil e de diferentes comunidades. Nela, falou de "dignidade humana, igualdade de oportunidades, Estado de direito e liberdades fundamentais, incluindo a liberdade religiosa".
O secretário de Estado também teve um breve encontro com um representante do dalai lama, o líder espiritual tibetano, uma guinada em relação ao governo antecessor, de Donald Trump.
"Nossas duas democracias estão sempre em construção (...) Às vezes esse processo é doloroso, às vezes é feio, mas a força da democracia consiste em aceitar isso", disse Blinken.
A Índia tem sido criticada por ativistas de defesa dos direitos humanos por usar, cada vez mais, leis antiterrorismo para prender e silenciar seus opositores.
Apesar dos desmentidos do primeiro-ministro Modi, seu Executivo nacionalista hindu também é acusado de promover uma legislação que discrimina a minoria muçulmana de 170 milhões de pessoas.
Por esse motivo, Antony Blinken advertiu sobre a "regressão democrática" e considerou "vital que as duas maiores democracias do mundo permaneçam unidas em apoio a estes ideais".
Trump foi acusado de ignorar certos excessos de Narendra Modi. Já seu sucessor, o democrata Joe Biden, colocou no centro de sua política externa a constituição de uma aliança de democracias contra a "autocracia" encarnada, segundo ele, pela China.
Em troca, a Índia pede o mesmo apoio dado pelo governo Trump, quando houve confrontos mortais no ano passado entre Índia e China em sua fronteira do Himalaia.
"Se os Estados Unidos de Biden mantêm reservas quanto a apoiar a Índia, abertamente, contra a China, como podem esperar que a Índia trabalhe com os Estados Unidos para conter a China? É preciso haver reciprocidade", afirmou Brahma Chellaney, professor do "think tank" Delhi Centre for Policy Research.
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