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EUA sanciona polícia de Cuba e altos funcionários por 'reprimir' protestos

30/07/2021 18h45

Washington, 30 Jul 2021 (AFP) - Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (30) sanções financeiras contra a Polícia Nacional Revolucionária (PNR) de Cuba e seus mais altos funcionários por seu papel em "reprimir os protestos pacíficos e pró-democráticos" realizados na ilha caribenha em 11 de julho.

O governo de Joe Biden disse que o Departamento do Tesouro informou que seu Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) bloqueou todas as propriedades e interesses da PNR, assim como de seu diretor, Oscar Callejas, e seu vice-diretor, Eddy Sierra, proibindo qualquer cidadão, residente ou entidade dos EUA de fazer negócios com eles.

As sanções foram aplicadas em virtude da Lei Global Magnitsky, que permite aos Estados Unidos punir quem tiver cometido abusos aos direitos humanos ou atos de corrupção em outros países.

O Tesouro afirmou em nota que desde o início dos protestos de julho "o regime cubano implantou o PNR, uma unidade policial do Ministério do Interior cubano, para reprimir e atacar os manifestantes".

O texto acrescentou que os agentes do PNR foram fotografados "confrontando e prendendo manifestantes em Havana, incluindo o Movimento das Mães do 11 de Julho, grupo fundado para assistir as famílias dos presos e desaparecidos".

Em Camaguey, uma cidade no centro-leste de Cuba, "um padre católico foi espancado e detido pelo PNR enquanto defendia jovens manifestantes", informou o Tesouro, especificando que policiais também espancaram um grupo de manifestantes, incluindo vários menores, e que "violentamente" interromperam protestos pacíficos.

"A medida de hoje serve para punir os responsáveis por reprimir os apelos do povo cubano por liberdade e respeito aos direitos humanos", disse a diretora do OFAC, Andrea Gacki, prometendo novas punições para aqueles que "facilitem a participação do regime cubano em abusos graves".

Milhares de pessoas protestaram em 11 e 12 de julho em mais de 40 cidades de Cuba, em meio à pior crise econômica na ilha em décadas e um forte aumento de infecções e mortes por covid-19. As marchas deixaram um morto, dezenas de feridos e centenas de detidos.

As novas sanções contra Cuba se somam às impostas na semana passada ao ministro das Forças Armadas Revolucionárias e a uma unidade antidistúrbios do Ministério do Interior, também acusada de repressão às recentes manifestações.

O Tesouro afirmou que além das medidas contra estes funcionários e entidades, o OFCA continuará aplicando seu programa de sanções contra Cuba, vigente há quase seis décadas", com exceções para garantir que sejam permitidas algumas categorias de atividade econômica que beneficiam diretamente o povo cubano".

O presidente americano, Joe Biden, ameaçou nesta sexta-feira com mais sanções contra Cuba, a menos que haja "mudanças drásticas", ao se reunir na Casa Branca com líderes cubano-americanos.

"Haverá mais, a menos que haja alguma mudança drástica em Cuba, o que não prevejo", disse Biden a jornalistas, pouco depois do anúncio do Tesouro.

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