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Dois anos após massacre de El Paso, Biden faz apelo por combate ao 'terrorismo' da 'supremacia branca'

03/08/2021 22h35

Washington, 4 Ago 2021 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, marcou o segundo aniversário do massacre contra hispânicos em El Paso, Texas, nesta terça-feira (3), com um apelo à luta contra o "terrorismo doméstico enraizado na supremacia branca".

"O agressor tinha como alvo as pessoas e a diversidade de El Paso e nossos valores americanos mais profundos", disse o presidente ao receber na Casa Branca líderes da comunidade americana de origem latina. "A ameaça terrorista mais letal ao nosso país nos últimos anos é o terrorismo doméstico", declarou.

"Teremos que nos unir contra essa violência porque ela se estende a todas as comunidades", alertou Biden, prometendo combater o "extremismo interno" e trabalhar para acabar com "o flagelo da violência armada nos Estados Unidos".

Em 3 de agosto de 2019, um homem de 21 anos disparou um rifle semiautomático em uma loja do Walmart em El Paso, matando 23 pessoas, incluindo oito mexicanos, e ferindo dezenas.

Patrick Crusius dirigiu por cerca de 10 horas de Allen, também no Texas, para chegar a essa cidade na fronteira com o México, onde mais de 80% da população tem ascendência hispânica.

"Este ataque é uma resposta à invasão hispânica do Texas. Eles são os instigadores, não eu. Estou simplesmente defendendo meu país da substituição cultural e étnica causada pela invasão", disse ele em um manifesto online intitulado "A verdade inconveniente".

Crusius, que recebeu cerca de 100 acusações de crimes de ódio e uso de armas de fogo, se declarou inocente no processo estadual no ano passado e deve ser julgado em novembro. Para o caso na esfera federal, ainda não foi marcada a data do julgamento.

Essas acusações podem levar à pena de morte ou prisão perpétua, informou o Departamento de Justiça, observando que o procurador-geral decidirá posteriormente sobre o pedido de pena de morte.

Em uma coluna publicada no jornal El Paso Times, Biden destacou que o agressor escolheu uma cidade "que celebra sua rica herança hispânica e sua conexão com o povo de Ciudad Juárez", no México.

"Ele achava que seu ódio pelos imigrantes poderia superar a cultura e a vitalidade das pessoas nesta comunidade. Ele estava errado", afirmou.

"Obrigado, presidente, por seu apoio", escreveu Arturo Vargas, diretor executivo da Associação Nacional de Funcionários Latinos Eleitos e Nomeados (NALEO), ao compartilhar no Twitter a coluna de Biden.

Vargas estava entre os latinos que se encontraram com Biden, assim como Janet Murguía, presidente e diretora executiva da UnidosUS, a maior entidade representativa da comunidade latina nos Estados Unidos.

ad/dga/ic/am

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