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ONU condena acusações de parcialidade contra trabalhadores humanitários no Tigré

03/08/2021 12h56

Adis Abeba, 3 Ago 2021 (AFP) - A ONU condenou, nesta terça-feira (3), as acusações "perigosas" de parcialidade feitas contra os trabalhadores humanitários no Tigré, região em guerra do norte da Etiópia onde a ajuda alimentária mal consegue chegar, apesar da fome.

"As acusações generalizadas contra os trabalhadores humanitários devem acabar (...). São injustas, são contraproducentes, precisam estar apoiadas por provas se existirem e, sinceramente, é perigoso", declarou Adís Abeba Martin Griffiths, secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Humanitários, durante uma visita à Etiópia.

Ao menos doze trabalhadores humanitários foram assassinados desde que o primeiro-ministro Abiy Ahmed, prêmio Nobel da Paz em 2019, enviou tropas para a região do Tigré em novembro, para derrubar as autoridades regionais, membros do Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF).

No final de novembro declarou a vitória, depois de tomar o controle de Mekele, mas os combates continuaram desde então. No final de junho, rebeldes favoráveis ao TPLF conquistaram a maior parte da região, incluindo a capital.

Segundo a ONU, o conflito agravou a crise humanitária e 400.000 habitantes do Tigré passam fome.

Em julho, um funcionário do governo, Redwan Hussein, acusou algumas ONGs de "armarem o outro lado", em referência ao TPLF, mas sem dar mais detalhes.

Os trabalhadores humanitários reclamam que, apesar de uma declaração de cessar-fogo no final de junho, o acesso da ajuda ao Tigré continua deficiente, prejudicado pela insegurança e pelos bloqueios administrativos.

Griffiths lembrou nesta terça-feira que 100 caminhões que carregavam ajuda deveriam chegar na região todos os dias para atender as necessidades, mas que as "condições" precisam mudar para isso.

"Precisamos de acesso garantido para estradas, assim como para que nossos aviões possam entrar e sair de Mekele. E, sinceramente, precisamos que a guerra termine", concluiu.

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